SóProvas


ID
3483196
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
ITEP - RN
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nossa bactéria interior

Hélio Schwartsman


      Se a consciência já parece bastante misteriosa quando tentamos circunscrevêla a um cérebro humano, ela fica ainda mais impenetrável quando se considera que a própria noção de corpo humano pode ser inadequada.

      Com efeito, já há alguns anos vem ganhando espaço na biologia e na medicina a ideia de que precisamos pensar o corpo humano não como uma entidade à parte, mas no conjunto de suas relações com o meio ambiente, em especial em relação a sua interação com espécies microscópicas com as quais vivemos em promiscuidade há dezenas de milhares de anos. Aqui, nós perdemos um pouco de nós para nos tornarmos um superorganismo, no qual outros seres vivos, notadamente aqueles que habitam nosso corpo, ganham importância.

      Inicialmente, esses modelos foram utilizados para explicar com certo sucesso a obesidade (as floras intestinais de gordos e magros têm composições diferentes), doenças do intestino e moléstias cardíacas. Mas os pesquisadores foram ficando ambiciosos e agora falam no eixo cérebro-intestino, que parece desempenhar um papel em várias doenças mentais, incluindo transtornos de ansiedade, do afeto, autismo e até mesmo surtos psicóticos e Alzheimer. Não é que bactérias causem essas moléstias, mas modulam a manifestação e a severidade dos sintomas.

      Particularmente interessante nesses modelos é que a flora intestinal é, em princípio, algo fácil de alterar com o uso de antibióticos, pro e prebióticos e de transplantes fecais. Já há quem fale em psicobióticos. É preciso dar um desconto ao entusiasmo dos pesquisadores, mas não há dúvidas de que é um campo promissor.

      Vale destacar quanto de complexidade esse modelo acrescenta a nós mesmos. Deixamos de ser um corpo composto por 10 trilhões de células comandadas por 23 mil genes para nos tornarmos um bioma ao qual se somam 100 trilhões de bactérias e 3 milhões de genes não humanos.

Adaptado de: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwarts-man/2017/12/ 1940148-nossa-bacteria-interior.shtml> . Acesso em: 11 dez. 2017.

Assinale a alternativa em que o “a” sublinhado poderia levar o acento grave indicativo de crase.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    ✓ “[...] em especial em relação a sua interação com espécies microscópicas [...]”. 

    ➥ Em relação a algo (preposição "a") + artigo definido "a" que acompanha facultativamente o pronome possessivo adjetivo "sua"= à sua OU a sua (=com ou sem crase).

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • A -“[...] em especial em relação a sua interação com espécies microscópicas [...]”. Gabarito - Antes de pronomes possessivos no SINGULAR é facultativo,

    B“[...] vem ganhando espaço na biologia e na medicina a ideia de que precisamos pensar [...]”. Aqui não tem a fusão do artigo A + Preposição

    C “[...] quando tentamos circunscrevê-la a um cérebro humano [...]”. Proibido antes de artigos indefinidos

    D“[...] nesses modelos é que a flora intestinal é, em princípio, algo fácil [...]”. Aqui não tem a fusão do artigo A + Preposição

    D“[...] esse modelo acrescenta a nós mesmos [...]”. Proibido antes de pronomes pessoais.

  • Crase facultativa diante de pronome possessivo feminino no singular.

    São pronomes possessivos femininos: MINHA, TUA, SUA, NOSSA, VOSSA.

  • Macete crase facultativa:

    Até sua Maria

  • A questão quer que indiquemos em qual alternativa poderia ter sido feito do uso da crase, ou seja, caso facultativo da crase. Vejamos alguns conceitos:

    "Emprega-se o acento grave nos casos de crase e aqueles indicados em emprego do à acentuado. 1.º) Na contração da preposição a com as formas femininas do artigo o ou pronome demonstrativo o: à (de a+a), às (de a+as). 2.º) Na contração da preposição a com o a inicial dos demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, e aquilo ou ainda da mesma preposição com compostos aqueloutro e suas flexões: àquele(s), àquela(s), àquilo, àqueloutro(s), àqueloutras(s). 3.º) Na contração da preposição a com os pronomes relativos a qual, as quais: à qual, às quais.

    A crase é facultativa nos seguintes casos principais:

    Antes de pronome possessivo com substantivo feminino claro

    ▪Dirigiu a/à minha casa

    Antes da palavra casa quando acompanhada de expressão que denota o dono ou morador, ou qualquer qualificação:

    ▪Irei a/à casa dos meus pais

    Até Esta preposição indica o limite, o termo de movimento, e, acompanhando substantivo com artigo (definido ou indefinido) pode vir ou não seguida da preposição a:

    ▪Caminharam até a/à escola."

    Após esses conceitos podemos analisar as frases. Inspecionemos:

    a) “[...] em especial em relação a sua interação com espécies microscópicas [...]”.

    Correta. Aqui a crase poderia ser utilizada, porque a palavra "relação" rege a preposição A + A artigo que pode de forma opcional ser utilizada antes de pronome possessivo feminino.

    Relação A + A sua = relação à sua...

    b) “[...] vem ganhando espaço na biologia e na medicina a ideia de que precisamos pensar [...]”.

    Incorreta. Não tem crase, pois não há nenhuma palavra que necessite da preposição "a", o "a" que estamos vendo é somente o artigo definido "a" que antecede o substantivo "ideia".

    c) “[...] quando tentamos circunscrevê-la a um cérebro humano [...]”.

    Incorreta. Não se usa crase antes de artigo indefinido "um".

    d) “[...] nesses modelos é que a flora intestinal é, em princípio, algo fácil [...]”.

    Incorreta. A palavra "flora" é o sujeito da frase e não existe sujeito preposicionado.

    e) “[...] esse modelo acrescenta a nós mesmos [...]”.

    Incorreta. Não existe crase antes de pronome pessoal do caso reto ( eu, tu, ele, nós, vós e eles).

    Referência bibliográfica: BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa.39 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

    GABARITO: A

  • Crase facultativa aplica-se nesses casos:

    1- nomes femininos

    2- onde engloba a preposição “até”

    3- pronomes possessivos femininos adjetivos e no singular.

  • É possível o emprego da crase na letra A, antes de “sua interação”. Note que ocorre a presença da preposição A - requerida pelo substantivo “relação” - com o artigo A - que pode ou não ser somado antes de pronome possessivo.

    Isso posto, a vírgula é facultativa diante do pronome possessivo feminino.

    Resposta: A

  • Crase facultativa para:

    Nomes próprios femininos, antropônimos;

    pronome possessivo feminino no singular;

    após a preposição "até'

    pronomes de tratamento (senhora, senhorita e dona)

  • Regra básica para crase: preposição + artigo

    BIZU para resolver a MAIORIA das questões de CRASE:

    Use a frase: A ________ estava bonita.

    a) “[...] em especial em relação a sua interação com espécies microscópicas [...]”.

    A sua interação estava bonita (fez sentido = crase).

    "em relação" a alguma coisa - preposição

    Resposta - A

  • Nesta questão como alternativa correta está um dos casos de crase facultativa, podendo ser utilizado tanto A SUA quanto À SUA

  • Gabarito: letra A

    Obs: a facultatividade do pronome possessivo sua é abarcado apenas no SINGULAR.

  • GABARITO: A

    5 dicas simples sobre o uso da crase

    1. A crase deve ser empregada apenas diante de palavras femininas
    2. Lembre-se de utilizar a crase em expressões que indiquem hora
    3. Antes de locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo
    4. A crase, na maioria das vezes, não ocorre antes de palavra masculina
    5. Casos em que a crase é opcional
    • Antes dos pronomes possessivos femininos minha, tua, nossa etc.
    • Antes de substantivos femininos próprios
    • Depois da palavra até

    Fonte: https://www.portugues.com.br/gramatica/cinco-dicas-simples-sobre-uso-crase.html