MODELOS DE SAÚDE (MAIS APLICADOS NO SUS HOJE)
Hoje, o sistema de saúde brasileiro é uma relação entre os mais diversos modelos assistenciais, com maior vinculação aos modelos hegemônicos, bem como, o modelo médico assistencial privatista e o modelo assistencial sanitarista. Em contrapartida também busca a construção de modelos alternativos.
Modelos Hegemônicos
Este modelo privilegia as demandas espontâneas da população com atendimento médico unicamente.
Tem como características principais: individualismo, saúde/doença da mercadoria, a história da prática médica, medicalização dos problemas, privilégio da medicina curativa, estímulo ao consumismo médico.
Modelo Médico Assistencial Privatista
Esse modelo é centrado também na demanda espontânea, porém baseado em procedimentos e serviços especializados e na clínica. Ainda é o mais prestigiado na sociedade.
O seu perfil principal é: demanda aberta, o objetivo é a doença ou o doente, seu agente é o médico, complementado pelos paramédicos, os meios de trabalho são as tecnologias médicas, as formas de organização são as redes de serviços, com destaque para hospitais.
Esteve presente na assistência filantrópica e na medicina liberal. Fortalecido através do INAMPS, Instituto Nacional da Previdência Social.
Modelo Sanitarista
Essencialmente constituído de campanhas de saúde, programas especiais e vigilâncias. Tem como principais exemplos de sua atividade: vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias
O modelo sanitarista tem os seguintes aspectos: remete a ideia de campanha e programa, ilustra a saúde pública centrada no biomédico, fortalece influência americana, desenvolve programas especiais, incorpora ações de vigilância sanitária e epidemiológica.
Vigilância de saúde
Essa proposta visa: problemas de saúde, respostas sociais, correspondência entre níveis de determinação e níveis de intervenção (controle de causas, de riscos e danos), práticas sanitárias (promoção, proteção e assistência).
Sendo seus principais aspectos: Intervenção sobre os problemas de saúde; maior atenção em problemas que requerem maior atenção e maior acompanhamento; relação entre as ações promocionais, preventivas e curativas; atuação entre os setores e ações sobre território.
FONTE: Sanarsaude.com
ASPECTOS HISTÓRICOS DO MODELO SANITARISTA/ CAMPANHISTA:
O médico Oswaldo Cruz surge nesse período na cidade da Rio como figura chave para tentar conter as tais pandemias na cidade do Rio. Ele utiliza e inaugura um modelo denominado “Sanitarismo Campanhista” (pautado em campanhas sanitárias que objetivam controlar determinada doença). Oswaldo Cruz conseguiu controlar em nosso país três doenças: febre amarela (mosquito aedes), varíola e a peste bubônica (ratos), bem como ele trabalhou com o saneamento de espaços urbano.
Ele encabeçou, juntamente com o presidente Rodrigues Alves, em 1904, o decreto lei 1.261 que obrigava a população da cidade do Rio de Janeiro a se vacinar contra varíola. O sujeito que não se vacinava, não podia se empregar, viajar, etc. A população não aceitou tal obrigatoriedade, gerando a famosa “REVOLTA DA VACINA”, devido a reação popular, o governo acabou com a “obrigatoriedade”.
Enquanto que Oswaldo Cruz fazia parte do SANITARISMO IMPOSITIVO, que se baseava na polícia médica alemã, a qual dava poder de polícia aos sanitaristas. Por isso que houve o episódio da revolta da vacina, no qual os sanitaristas desejavam obrigar a população a se vacinar.
Sucessor de Oswaldo Cruz – Carlos Chagas, aluno de Oswaldo Cruz, fez parte do movimento “Sanitarista Campanhista do Espaços Rurais”, desenvolvendo trabalhos com a malária, ancilostomose, doença de chagas/ mal de chagas, etc. Ele adota uma metodologia de trabalho diferente de Oswaldo Cruz, já que Chagas investe na “EDUCAÇÃO SANITÁRIA”, que sobretudo visava a compreensão da população do “porquê” de determinadas medidas sanitárias.
Doença de chagas – foi Carlos Chagas que mapeou toda a etiologia da doença, bem como seu vetor transmissor, o conhecido “besouro barbeiro” o qual carrega consigo um protozoário chamado de Trypanosoma cruzi.