A usina de Itaipu pertence ao Brasil e ao Paraguai. Construída na fronteira entre dois países, é regida pelo acordo de 26 de abril de 1973, o Tratado de Itaipu .
Para entender a questão que gerou grave crise política no Paraguai é preciso ter conhecimento do funcionamento do acordo de Itaipu, e qual a atual situação de compra e venda de energia entre os dois países.
Segundo dados de Itaipu Binacional, em 2018 o Paraguai consumiu 1.717 MWmed (megawatts médios) da energia de Itaipu.
Para 898 MWmed deste total, o Paraguai pagou US$ 43,80 por megawatt-hora. Para os demais 819 MWmed (47,7% do total), o valor pago por MWh foi de US$ 6.
Isso ocorre porque, pelo acordo firmado entre os dois países, o Paraguai define anualmente quanta energia quer da usina e ao longo do ano, se precisar, o país pede mais. Essa energia extra vem da energia excedente que não inclui em seu custo o pagamento do empréstimo utilizado para construção da usina. Por esse motivo é tão mais barata.
Por isso , segundo informações do lado brasileiro, o Paraguai faz cálculos baixos de sua necessidade de energia. O que compra a mais paga bem mais barato. Com isso o custo médio da energia para o Paraguai é de US$ 26,16/MWh, enquanto o custo médio para o Brasil é de US$ 41,45/MWh, segundo informações do relatório anual da própria empresa Itaipu.
O presidente paraguaio, Mário Abdo, assinou com o Brasil um documento em que se comprometia a comprar energia mais cara do que o habitual da Usina de Itaipu. Altos funcionários do governo paraguaio caíram, e o presidente Mario Abdo ficou ameaçado de ser submetido a um processo de impeachment quando o teor do acordo veio à conhecimento público.
Em agosto de 2019 o acordo firmado em maio, sem divulgação, foi cancelado oficialmente, e a tensão diminuiu. Um grupo governista que havia aderido à proposta de impeachment da oposição acabou. A crise foi minimamente controlada. Os dados estão disponíveis na mídia digital
A afirmativa apresentada na questão defende uma ideia correta.
Gabarito do Professor: CERTO.