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ID
3589
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 31 a 41 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

O governo inglês divulgou recentemente o que é até
agora o mais detalhado estudo sobre custos e riscos econômicos
do aquecimento global e sobre medidas que poderiam reduzir
as emissões de gases do efeito estufa, na esperança de
evitar algumas de suas piores conseqüências. Ele deixa claro
que o problema não é mais se podemos nos dar ao luxo de
fazer algo sobre o aquecimento global, mas sim se podemos
nos dar ao luxo de não fazer nada.

Esse relatório propõe uma agenda que custaria apenas o
equivalente a 1% do consumo mundial, mas evitaria riscos que
custariam cinco vezes mais. Os custos são mais altos do que
em estudos anteriores porque levam em conta que o processo
de aquecimento é bastante complexo e não-linear, com a possibilidade
de que possa ganhar ritmo muito mais alto do que se
imaginava, além de ser muito maior do que o previsto anteriormente.
O estudo talvez esteja subestimando significativamente
os custos: por exemplo, a mudança do clima pode fazer desaparecer
a Corrente do Golfo - de particular interesse para a
Europa - e provocar doenças.

Já em 1995 havia sinais evidentes de que a concentração
de gases do efeito estufa na atmosfera tinha aumentado
acentuadamente desde o início da era industrial, de que a
atividade humana contribuíra significativamente para esse
aumento e de que ele teria efeitos profundos sobre o clima e o
nível dos mares. Mas poucos previram a rapidez com que a calota
de gelo do Ártico parece derreter. Mesmo assim, alguns
sugerem que, já que não estamos seguros da extensão do problema,
pouco ou nada devemos fazer. A incerteza deve, porém,
levar-nos a agir hoje mais resolutamente, e não menos.

Um efeito global pode ser enfrentado com uma mudança
tributária globalmente consensual. Isso não quer dizer aumento
geral de tributação, mas simplesmente a substituição em cada
país de algum imposto comum por outro, específico, sobre
atividades poluidoras. Faz mais sentido tributar coisas más do
que coisas boas, como a poupança e o trabalho. A boa notícia é
que há muitas formas pelas quais melhores incentivos poderiam
reduzir as emissões. Mudanças de preços que mostrem os
verdadeiros custos sociais da energia extraída de combustíveis
fósseis devem estimular inovação e conservação. Pequenas
alterações práticas, multiplicadas por centenas de milhares de
pessoas podem fazer uma enorme diferença. Por exemplo,
plantar árvores em volta das casas ou mudar a cor de telhados
em clima quente, para que reflitam a luz do sol, podem produzir
uma grande economia na energia consumida pelo ar
condicionado.

Só temos um planeta e devemos cuidar dele. O aquecimento
global é um risco que simplesmente não podemos mais
ignorar.

(Adaptado de Joseph E. Stiglitz. O Globo, Opinião, 19 de novembro de
2006)

Considere o 4o parágrafo do texto. A frase que constitui um argumento utilizado pelo autor na defesa de sua proposta é:

Alternativas
Comentários
  • Ele vai ajudar! ;-)
  • Vai com tudoooooooo amiga... pois Deus ajuda quem cedo madruga!!!
  • Isso mesmo amigaaaa....este QC está com uma formatação maravilhosa! Sou meia ceguinha ...agora as questões estão bem mais visíveis!!
  • PRA QUEM MARCOU A E, e errou como eu, na e tem-se um EXEMPLO... apesar de ser um argumento, acho que nao foi isso que quis o examinador. ELE QUERIA ALGO QUE COLOCASSE SUA POSICAO MAIS FODARASTICA, COMO COLOCAR O QUE TA NA C :

    Faz mais sentido tributar coisas más do que coisas boas, como a poupança e o trabalho.

  • Parti do seguinte raciocínio - o que é argumento? Argumento é um meio para tentar convencer alguém de algo. Onde ele faz isso de forma mais clara? Na "C".

    Reparem no trecho: Faz mais sentido tributar coisas más do que coisas boas, como a poupança e o trabalho. Aqui aparece a intenção do autor, que recorre à questão financeira, de "vender" a ideia para o leitor de que a "substituição" de um imposto comum por outro específico é uma boa alternativa, já que o novo imposto vai recair sobre "coisas más" - taxas de carbono, resíduos sólidos industriais, utilizando aqui exemplos meus - e não sobre o bolso do contribuinte.

    Foi assim que cheguei à alternativa C. Mas achei que, por exigir inúmeras releituras do texto e reflexão, a questão é muito trabalhosa. Talvez, no dia da prova, com menos tempo, não teria acertado.

    Gabarito, letra C.

  • Embaçado, porque tem vários argumentos. Ser possível combater o aquecimento global é a afirmação a ser comprovada ao menos em nível argumentativo. Os argumentos então poderiam ser:

    pode ser enfrentado com uma mudança tributária globalmente consensual.

      substituição em cada país de algum imposto comum por outro, específico, sobre atividades poluidoras.

     

    Faz mais sentido tributar coisas más do que coisas boas, como a poupança e o trabalho.

  • imaginei como se fosse eu argumentando... e acertei gabarito c

  • imaginei como se fosse eu argumentando... e acertei gabarito c