A crise dos contratos de crédito do setor imobiliário norte americano pautou o cenário de uma crise econômica mundial que vinha se desenhando desde anos antes. Na Ásia, países que foram conhecidos por tigres asiáticos até a crise do final dos anos 1990, haviam passado por uma profunda reformulação no setor industrial e educacional ameaçando a hegemonia estadunidense na produção e exportação de tecnológicos ao redor do mundo. Desde a década de 1970, as chamadas Zonas Econômicas Especiais chinesas mostravam a disposição do país mais populoso do mundo para entrar de vez no comércio global.
A China, com uma oferta maciça de mão de obra mais barata, controle estatal forte e produção em larga escala a baixo custo, invade o mercado de exportações e afeta a produção industrial interna de países como o Brasil, dependente economicamente e industrialmente, no que diz respeito ao desenvolvimento de tecnologia de ponta e grande volume de exportação de industrializados.
A crise de 2008 afetou o Brasil, havendo desvalorização da moeda além de recesso na economia, tendo como consequência o aumento do desemprego que leva parte da população sem emprego à informalidade. A partir da estruturação do neoliberalismo nas relações entre Estado e setores produtivos, econômicos e de serviços, observamos uma crescente terceirização desses setores entregues à iniciativa privada, acarretando numa política de flexibilização das relações de trabalho, fragilizando cada vez mais os vínculos empregatícios e retroalimentando o ciclo do desemprego e da informalidade.
O conhecimento acerca de globalização da economia e sua consequente fragmentação dos centros de produção a partir da descentralização da produção das mercadorias de grandes empresas, principalmente em busca de mão de obra farta e barata em zonas como os países asiáticos, principalmente na China, é desejável. Além disso, é preciso saber sobre as consequências dessas novas relações de trabalho no setor produtivo brasileiro e, em políticas de Estado neoliberais.
A questão versa acerca de efeitos negativos das relações de trabalho e novas maneiras de conduzir a estrutura produção que acontecem no Brasil.
A) INCORRETA – A redução da jornada de trabalho, transformando algumas funções em subempregos também contribui para a precarização das relações de trabalho, tendo como consequência socioeconômica o aumento dos indicadores de pobreza e violência além de jogar uma grande parcela da população na informalidade.
B) INCORRETA – Embora a pobreza e a violência sejam também consequências dos desdobramentos da globalização e da abertura do mercado interno ao capital privado estrangeiro, as consequências diretas estão ligadas ao setor produtivo, como a redução de postos de trabalho, flexibilização das relações trabalhistas e o desemprego estrutural que leva à informalidade.
C) INCORRETA – A terceirização de vários setores levam empresas a diminuírem os vínculos empregatícios, flexibilizando cada vez mais as relações de trabalho, fragilizando os postos de trabalho. No campo político, a entrada de empresas em áreas onde só o Estado controlava tem aumentado a corrupção para o favorecimento grupos empresariais ligados a políticos que usam da máquina pública para seus lucros individuais.
D) CORRETA – A partir do advento da globalização, observamos um aumento da entrada de empresas estrangeiras no mercado brasileiro, gerando uma retração da produção nacional. A entrada do capital privado estrangeiro em setores antes administrados pelo Estado, torna precárias as relações de trabalho, gerando grande desemprego, levando muitas pessoas à informalidade devido à dificuldade de reinserir-se no mercado de trabalho onde postos de trabalho diminuem cada vez mais.
E) INCORRETA – O subemprego cresce no Brasil e no mundo de forma constante e acelerada devido à fragmentação da produção dos grandes grupos empresariais, que se aproveitam da pouca oferta de trabalho em determinadas regiões do mundo para explorar a mão de obra local pagando salários baixíssimos, maximizando seus lucros e, vendendo seus produtos mundo afora.
Gabarito do Professor: Letra D.