LETRA A: Incorreto.
A Inglaterra não era o principal mercado consumidor do café brasileiro. A Europa o era, em sua totalidade, porém, individualmente, os Estados Unidos auferiam maior dividendo. Por sua vez, o volume de manufaturas exportadas pela Inglaterra passou por fluxose refluxos: o período de 1844 a 1860 caracterizou-se por maior protecionismo brasileiro, enquanto de 1810 a 1844 houve notável influxo de mercadorias britânicas;
LETRA B: Incorreto.
Se o tráfico negreiro constituiu significativo foco de tensão entre o Brasil Imperial e a Inglaterra; a Questão Christie, outro caso de atrito, marcou a ruptura de relações diplomáticas entre ambos os países. A questão consubstanciou-se por dois episódios: o primeiro teve origem no naufrágio do navio inglês Príncipe de Gales, no sul do Brasil, que teve sua carga roubada. Christie, secretario da Foreign Office, exigiu indenizações, que, mediante arbitragem do Rei da Bélgica, foram consentidas pelo Brasil. O segundo diz respeito à prisão de dois oficias ingleses por arruaça pública. Apoiando-se nos Tratados de 1810, que davam extraterritorialidade judicial à Inglaterra, os britânicos exigiram a instauração de um Tribunal Especial. Negado pelo Brasil, a insistência inglesa ensejou a ruptura de relações. No que concerne às pressões inglesas contra o tráfico negreiro, cabe destacar os motivos que as explicam: i) existência de ideais liberais na Inglaterra: as petições dos trabalhadores da cutelaria solicitaram ao parlamento britânico medidas contra o tráfico, malgrado o benefício auferido pela existência da escravatura, moeda de troca com a cutelaria; ii) fim do tráfico nas colônias britânicas em 1807; iii) pressões dos colonos ingleses prejudicados pela existência da escravidão; iv) para a burguesia britânica, o trafico encarecia a matéria-prima, o que prejudicava suas industrias: com efeito, o alto custo da compra de escravos arrefecia a potencialidade de vendas dos produtores de manufaturas; v) afirmação da Inglaterra como potência mundial: não se vislumbrava no escravo um potencial consumidor, mas objetivava-se transformar o comprador de escravos em consumidor de manufaturas inglesas;
LETRA C: Incorreto.
A hegemonia britânica não foi debelada, na segunda metade do século XIX, pelos Estados Unidos. O americanismo torna-se uma prioridade para o Brasil apenas no transcurso dos primeiros anos da República Velha; a Inglaterra, contudo, continuou participando no influxo de capitais para o Brasil, como ratifica o Funding Loan de 1898, sob a presidência de Campos Sales;
D: Incorreto.
A historiografia que sustenta a característica distributiva de riquezas, o modelo de desenvolvimento autônomo e a franca industrialização do Paraguai data dos anos de 1960, sendo Júlio José Chiavenato o arauto dessa análise. Sob essa perspectiva, o Paraguai teria liderado uma verdadeira cruzada contra o analfabetismo, e a Inglaterra teria manipulado a Argentina e o Brasil para entrar na guerra, visto que retiraria dividendos do conflito. A historiografia de 1960 foi superada pelo revisionismo, que relembra o rompimento de relações entre o Brasil Imperial e a Inglaterra em 1863, no que se denominou Questão Christie. O viés analítico dessa historiografia privilegia a consolidação dos Estados Nacionais e desconstitui o argumento que vislumbra no Paraguai um modelo industrial. Outra análise diz respeito à historiografia tradicional, que caracteriza Solano López como um ditador de grandes ambições. O Paraguai, nessa ótica, teria invadido o Brasil em busca de uma saída para o Oceano Atlântico;
E: Correto.
Finda a Guerra do Paraguai, o Brasil negocia um Tratado de Paz, em 1872, em separado com o Paraguai, pois temia as pretensões argentinas concernentes à anexação do Grande Chaco. Durante a década de 1870, o Paraguai tornou-se o foco de rivalidade entre o Brasil e a Argentina: a manutenção de tropas brasileiras até 1876, com o consentimento do presidente paraguaio Gill, coaduna-se na mesma lógica. A partir de 1880, inicia-se um período de distensão com os presidentes argentinos Avellaneda e Roca: o único atrito era a Questão de Palmas. Com a proclamação da República, Quintino Bocaiúva tece laços ideológicos de amizade com a Argentina. À aproximação entres ambos os países; contudo, não se ausentaram pressões quanto ao crescimento econômico argentino, que constituiria uma ameaça às relações exteriores do Brasil. Fernando Cardim destaca três grandes momentos no conjunto das relações entre o Brasil e a Argentina: i) 1822-1902: política platina; ii) 1902-1960: política hemisférica; e iii) 1960-2000: política globalista.