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ID
3770449
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão. 

Saudáveis loucuras

     São 22 contos curtos em que a principal característica é não se prender a nenhum padrão da lógica. Assim, Dona Tinzinha vai a uma loja de armarinhos, onde pede meio litro de botões amarelos para o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança a parar de fazer xixi na cama. Ou então o irmão mais velho, ao ser questionado pelo mais novo sobre o que vai ser quando crescer, conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.
    São relatos assim que formam Tantãs, novo livro infantil de Eva Furnari, autora e ilustradora exímia em atiçar a curiosidade das crianças por meio do inusitado e do bom humor. Assim, nenhum leitor deve se surpreender com a carta que uma bruxinha escreve ao Papai Noel pedindo um vestido rosa; ou com o jovem advogado que defende um passarinho. Histórias que não agridem a lógica dos pequenos que, justamente por falta de vivência, ainda não foram contaminados pelas regras de convivência. Olham o mundo com frescor.
    Tantãs apresenta uma linguagem artesanalmente construída, que não se atém a convenções gramaticais ou sociais – encontrar a simplicidade é sua meta. E, com mais de 60 livros publicados, Eva entende perfeitamente a lição passada pelo poeta Manoel de Barros que, certa vez, disse: “A gente precisa se vigiar ao escrever. Não podemos, ao escrever, abandonar o canto, a harmonia ‘letral’. Não podemos desprezar o gorjeio das palavras”.
       Eva mostra às crianças as possibilidades de jogo que separam a literatura da linguagem comum: a liberdade de desmontar lógicas, dar espaço ao inusitado. Nem por isso as personagens de Eva beiram a loucura. Ela garante que há loucuras e loucuras. Há aqueles que são chamados de loucos (mesmo sem ter doença mental) pelo simples fato de não corresponderem ao modelo esperado pela sociedade. São os artistas, os criadores, as pessoas que pensam fora dos padrões e do senso comum. Esses, diz ela, “acho que têm intuições lúcidas e trazem reflexões que as pessoas sãs não costumam trazer. No caso dos tantãs do livro, é uma loucurinha que vem do olhar ingênuo da criança. As pessoas gostam, têm saudade desse olhar puro, inesperado e sem malícia. Talvez, essa seja uma das graças do livro.”
(O Estado de S.Paulo, 02.11.2019. Adaptado)

A autora empregou o diminutivo na palavra “loucurinha” em – No caso dos tantãs do livro, é uma loucurinha que vem do olhar ingênuo da criança. (4º parágrafo) – para

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    ✓ No caso dos tantãs do livro, é uma loucurinha que vem do olhar ingênuo da criança. (4º parágrafo)

    ➥ A autora empregou o diminutivo para trazer a ideia que é uma loucura mínima, uma locura que não é prejudicial às crianças, uma loucura que as fazem imaginar algo fora dos padrões da sociedade, algo inabitual. 

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Assertiva D

     (4º parágrafo) – para afirmar que a loucura de seus personagens não é doentia.

  • A questão requer Compreensão e Interpretação Textual.


    ALTERNATIVA (A) INCORRETA – A autora escreve suas narrativas para estimular a criatividade, o bom humor, a pureza dos leitores de toda a faixa etária.


    ALTERNATIVA (B) INCORRETA – A loucura a que a autora se refere às suas histórias é uma loucura saudável no que tange a trazer reflexões que as pessoas saudáveis não estão acostumadas a fazer.


    ALTERNATIVA (C) INCORRETA – Em nenhum momento ela pretende minimizar a importância de seus livros para a literatura infantil, o que ela pretende é fazer com que os leitores se divirtam, fujam do senso comum ao ler suas narrativas, é fazer com que o leitor veja a paixão da autora em relação à linguagem empregada e que passem a olhar o mundo com outros olhos.


    ALTERNATIVA (D) CORRETA – Quando a autora usa a palavra loucura no diminutivo, ela pretende mostrar que é uma loucura sã, em que seus personagens fogem do senso comum, mas com bastante lucidez para trazer reflexões ao leitor.


    ALTERNATIVA (E) INCORRETA – Em nenhum momento a autora previne o leitor para tomar cuidado com sua leitura. O objetivo dela é mostrar às crianças sobre a liberdade de fugir do senso comum, sempre com o objetivo de trazer reflexões.


    GABARITO DA PROFESSORA: ALTERNATIVA (D)

  • Mas com essas opções nem teria como desconfiar que não seria a letra D a correta

  • Gab -> D

    Há aqueles que são chamados de loucos (mesmo sem ter doença mental) pelo simples fato de não corresponderem ao modelo esperado pela sociedade. São os artistas, os criadores, as pessoas que pensam fora dos padrões e do senso comum. Esses, diz ela, “acho que têm intuições lúcidas e trazem reflexões que as pessoas sãs não costumam trazer.

    #Persistamos!!