SóProvas


ID
3780073
Banca
FCC
Órgão
RIOPRETOPREV
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

[Aprendizes da alegria]


      Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da canção que o Chico Buarque escreveu para a filha recém-nascida, dizendo ser este o seu melhor desejo: “e que você seja da alegria sempre uma aprendiz”. Haverá coisa maior que se possa desejar?

      A felicidade é voltar a ser criança. As crianças sabem muito bem disto: que o propósito maior da vida é o prazer. Santo Agostinho, de ortodoxia inquestionável, também sabia disso, e dizia que as coisas da vida se dividem em duas classes: coisas para serem usadas e coisas para serem usufruídas. As coisas para serem usadas são aquelas que não são um fim em si mesmas, como uma panela, um violão, um serrote.

      Bom mesmo não é a panela, mas a moqueca que se cozinha nela. Moqueca é objeto de fruição; um pouquinho de felicidade. Bom mesmo não é o violão, mas a música que se toca nele. Pois a música é alegria, objeto de fruição. E bom mesmo não é o serrote, mas a casinha de boneca que se faz com ele, e que faz os olhos da menina brilharem. Felicidade são os olhos da menina...

      O objetivo do trabalho não é a simples função do que constrói: o objetivo do trabalho é o prazer do jardim que se planta, a casa que se constrói ou o livro que se escreve. Pensamos que a felicidade é coisa grande, barulhenta, talvez inalcançável... Ao contrário: é discreta, silenciosa e frágil, como uma bolha de sabão. Ela se vai muito rápido, mas deixa a lição de que se podem soprar muitas outras.

(Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41-43, passim) 

No último parágrafo do texto, a valorização do trabalho

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    De acordo com o texto, no último parágrafo: O objetivo do trabalho não é a simples função do que constrói: o objetivo do trabalho é o prazer do jardim que se planta, a casa que se constrói ou o livro que se escreve. Pensamos que a felicidade é coisa grande, barulhenta, talvez inalcançável... Ao contrário: é discreta, silenciosa e frágil, como uma bolha de sabão. Ela se vai muito rápido, mas deixa a lição de que se podem soprar muitas outras.

    ➥ Resumidamente, a valorização do trabalho objetiva a finalidade do prazer que ele nos alcança. 

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Poderia ser tranquilamente a letra C.

    Vejamos "é limitada pela fragilidade de sua alegria efêmera." se encaixa perfeitamente com a parte o trecho do texto "Ao contrário: é discreta, silenciosa e frágil, como uma bolha de sabão."

    Efêmero:

    - que dura um dia.

    - que é passageiro, temporário, transitório.

    É o de sempre, em questões de interpretação de texto, a gente fica a mercê de subjetividades e torcendo para ter escolhido a que melhor se encaixa na mente de quem elaborou a questão.

    Bons estudos! (:

  • Também marquei a letra C, complicado.

  • A relação da assertiva C ocorre com a FELICIDADE, esta sim é que "é limitada pela fragilidade de sua alegria efêmera":

    Pensamos que a felicidade é coisa grande, barulhenta, talvez inalcançável... Ao contrário: é discreta, silenciosa e frágil, como uma bolha de sabão.

  • galera a resposta se encontra nesse trecho: " O objetivo do trabalho não é a simples função do que constrói: o objetivo do trabalho é o prazer do jardim que se planta, a casa que se constrói ou o livro que se escreve. O EXAMINADOR em seu texto fala que o trabalho é fonte de prazer e não uma simples tarefa.

  • ✅ Gabarito: A

    JUSTIFICATIVA PARA O ERRO DA "C" - é limitada pela fragilidade de sua alegria efêmera.

    Se a questão tivesse solicitado relação com FELICIDADE a asssertiva C estaria correta, porém a questão nos solicita analisar sobre a VALORIZAÇÃO DO TRABALHO, cabendo tão somente o que diz no excerto do texto do último parágrafo: "o objetivo do trabalho é o prazer do jardim que se planta, a casa que se constrói ou o livro que se escreve" ..

  • """No último parágrafo do texto, a valorização do trabalho"""

    Letra C: 

    é limitada pela fragilidade de sua alegria efêmera. 

    Quer dizer que a valorizaçao do trabalho é limitada pela fragilidade? Nao faz sentido, pessoal.. 

    Foi perguntado sobre A, e voces estão falando de B

     

  • Que texto lindo!