- ID
- 3782554
- Banca
- UNIOESTE
- Órgão
- UNIOESTE
- Ano
- 2017
- Provas
- Disciplina
- História e Geografia de Estados e Municípios
- Assuntos
Leia o fragmento da carta elaborada por um trabalhador e enviada ao redator do jornal do Ceará, no séc.
XVIII:
[...] Ignorante do modo de viver, e a negociar-se n’estas águas, comecei a informar-me dos diversos cearenses
que nas barracas ia encontrando, sobre o estado de riquezas em que se achavam? Então todos em uma só voz
diziam-me: ah! meu pobre velho, em que desgraça veio você cair no seu último quartel de vida! Aqui o nome
de riqueza e liberdade já está riscado das nossas imaginações; aqui nem sequer vive-se; morre-se em
tormentos! Esses pérfidos patrões, que você por aí vê, são o refugo da sociedade humana, são os usurários
mais desalmados do mundo; eles próprios vendidos não pagariam a centésima parte que devem no Pará, e,
entretanto, vendem-nos aqui os objetos de primeira necessidade por 100 vezes mais do custo d’eles no Ceará;
exemplo: lá na sua Meruoca custa uma terça da melhor farinha 50 réis, aqui, igual porção e podre, custa 5000
réis! E o mais tudo é n’este gosto. Agora enquanto você vai de viagem não nos acreditará, porém breve
achará ser ainda mais do que dizemos; aqui, por mais que se trabalhe, e se economize, nunca se salda contas
com o patrão, pelo contrário, a dívida cresce espantosamente e sempre!
2ª carta do “Caboclo Velho” ao redactor do Jornal Cearense, Hyutananhan, 28 de Junho de 1873 apud CARDOSO,
Antônio A. I. Ecos de blasphemias e ranger de dentes: trajetórias de migrantes Ceará-Amazônia e o ofício dos
paroaras. (1852-1877). Embornal, Fortaleza, v. 1, n. 1, p. 19-20, 2010. [Adaptado]
A partir das indicações sugeridas na fonte, é CORRETO afirmar sobre as relações de trabalho no Brasil