- ID
- 3786799
- Banca
- PUC - RS
- Órgão
- PUC - RS
- Ano
- 2010
- Provas
- Disciplina
- Literatura
- Assuntos
INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o trecho de Noite na taverna, de Álvares de Azevedo.
“– Quem eu sou? na verdade fora difícil dizê-lo: corri muito mundo, a cada instante mudando de nome e de vida. Fui
poeta e como poeta cantei. Fui soldado e banhei minha fronte juvenil nos últimos raios de sol da águia de Waterloo.
Apertei ao fogo da batalha a mão do homem do século. Bebi numa taverna com Bocage – o português, ajoelhei-me
na Itália sobre o túmulo de Dante e fui à Grécia para sonhar como Byron naquele túmulo das glórias do passado. –
Quem eu sou? Fui um poeta aos vinte anos, um libertino aos trinta, sou um vagabundo sem pátria e sem crenças aos
quarenta. Sentei-me à sombra de todos os sóis, beijei lábios de mulheres de todos os países; e de todo esse peregrinar, só trouxe duas lembranças – um amor de mulher que morreu nos meus braços na primeira noite de embriaguez
e de febre – e uma agonia de poeta... Dela tenho uma rosa murcha e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai...
O velho tirou de um bolso um embrulho: era um lenço vermelho o invólucro; desataram-no: dentro estava uma
caveira.”
O trecho selecionado recupera a fala de um velho que interrompe a história, contada pelo jovem Bertram, um dos
rapazes presentes na Taverna. As palavras dessa personagem expressam, nas entrelinhas,