TEXTO 01
CITONHO Doutor Noêmio, desculpe a indiscrição.
Andaram me falando de uma coisa, mas eu não quis
de maneira nenhuma acreditar. Me disseram que o
senhor é de uma raça que só come folha.
DR. NOÊMIO Pois pode acreditar. Sou vegetariano
e tenho muito orgulho disto.
CITONHO Mas a gente vê umas neste mundo! Não
está vendo que tomate e chuchu não dão sustança a
ninguém?! Agora: feijão, farinha e carne, sim, isso é
que é comida. Olhe aqui eu. Estou com mais de oitenta anos, só não como carne na Sexta-feira da Paixão – e olhe lá... Resultado: uma saúde de ferro: estou
tinindo.
DR. NOÊMIO Isso é o que o senhor pensa. Seu corpo está envenenado, meu velho, com toxinas até na
ponta dos cabelos. Até na sombra.
[...]
FREDERICO Eu só rezo pra defunto. Interessa?
Liás, cabra safado não serve pra morrer, só serve pra
apanhar. E apanhar entre os bicos dos peitos e o caroço do imbigo, que é pra não deixar marcas da surra.
Ah!, nós três num deserto: eu, você e um cacete de
quixaba! Porque quixaba é o chá melhor que existe
no mundo pra pancada. Assim, pra ganhar tempo, a
gente dá logo a pisa com quixaba, porque está dando
o castigo e o remédio. Mas já gastei muita cera com
você. [...]
(LINS, Osman. Lisbela e o prisioneiro. São Paulo: Planeta,
2003. p. 22 e 25.)
O texto 01 trata de hábitos vegetarianos. Uma sensibilidade especial com os animais e os primeiros exemplos ocidentais de vegetarianismo surgiram na mesma
época da Revolução Industrial. Sobre a Revolução Industrial, tão importante na constituição da modernidade, é
correto afirmar (assinale a alternativa verdadeira):