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ID
3793060
Banca
UENP Concursos
Órgão
UENP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

A um Poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

(BILAC, O. Poesias. 15.ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1931. p.339.)


Com base nesse poema e nos conhecimentos sobre o Parnasianismo, considere as afirmativas a seguir.


I. O eu lírico defende que o sofrimento do poeta na feitura do poema fique explícito para o leitor atento.

II. O último verso ironiza a escola parnasiana por conta de seus excessos formais e exageros metalinguísticos.

III. O poema retoma certos valores preconizados pela tradição clássica, como a forma soneto, por exemplo.

IV. O poema é uma espécie de receita de como se fazer poesia, o que fica sugerido já em seu título.

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Caraca , que estranho, jurava que na frase : "Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade."

    Era uma ironia, pois a tese central do parnasianismo é a perfeição formal.