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ID
3808732
Banca
UEFS
Órgão
UEFS
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

I.
Ó poente que te vais em sombras mortas,
Para voltar depois,
Suavidade que desconfortas,
Como somos iguais os dois!

Envolto em nuvens cor de sangue, choras
Todos os dias o dia findo...
E como rosas, depois, auroras
No teu seio vão-se abrindo.

E de novo te desabrochas,
Cheio de vida, para depois
Bruxulear num clarão de tochas
Seguindo o enterro de nós dois...

E no outro dia as mesmas rosas
No teu seio vão-se abrindo...
E voltam lágrimas chorosas
Depois, chorando o dia findo.

GUIMARAENS, Alphonsus de. Cantos de amor, soluços de preces. Rio de Janeiro: Cia José de Aguilar; Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1972. p. 140.


II.

Poente. Calcando vidro úmido da tarde,
lentos, caminho dos currais, os bois
historiam campesino silêncio de fazenda.
No olhar de melancolia e trabalho vespertino
passeia desnudo entre folhas cegas
um sacrifício comum de agrícola fadiga,
paisagem desesperada nutrindo-se
de sombras, de canção despedaçada
entre cedros e riacho.

MATTOS, Florisvaldo. Poente aos bois. A caligrafia do soluço & poesia anterior. Salvador: Fundação Casa Jorge Amado; COPENE, 1996. p. 80

Na primeira e na terceira estrofe do texto I, as imagens poéticas traduzem um pensamento construído através de

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