É através da linguagem que uma sociedade se
comunica e retrata o conhecimento e entendimento de
si própria e do mundo que a cerca. É na linguagem que
se refletem a identificação e a diferenciação de cada
comunidade e também a inserção do indivíduo em
diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias,
gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um
caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro
ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês,
americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro, se
é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também
oferece pistas que permitem dizer se o locutor é homem
ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário,
universitário ou se é iletrado. E, por ser um parâmetro
que permite classificar o indivíduo de acordo com sua
nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica
ou social e seu grau de instrução, é frequentemente
usado para discriminar e estigmatizar o falante.
LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
Nesse texto acadêmico, as autoras fazem uso da
linguagem formal para