A identificação simbólica que existe na cultura
esportiva pode ser um fator determinante nas ações
potencialmente agressivas dos espectadores e
torcedores de futebol. Essa identificação em indivíduos
que não têm uma identidade própria pode levá-los a não
perceber os limites entre a sua vida e a sua equipe, ou
entre a sua vida e a vida de um ídolo (jogador), e, dessa
forma, passar a viver suas emoções basicamente por
meio de acontecimentos esportivos, do sucesso e da
derrota de seu clube predileto. Alguns dos torcedores
organizados dedicam a vida à sua torcida. Vivem para
ela e, por ela, chegam a perder qualquer outra referência,
pois é essa experiência compensatória que lhes dá
identidade. A probabilidade de um indivíduo se tornar um
torcedor fanático está diretamente relacionada com a
construção da sua identidade. Por isso, é imprescindível
o desenvolvimento de relações e valores próprios que o
ajudarão a delinear o limite entre ele e a sua equipe, ou
entre ele e um jogador de futebol.
REIS, H. H. B. Futebol e violência. Campinas: Armazém do Ipê;
Autores Associados, 2006 (adaptado).
Partindo da discussão sobre as relações entre o torcedor
e seu clube, observa-se que o fanatismo futebolístico