As organizações estudantis Burschenschaft, e as demonstrações populares como aquelas ocorridas no Castelo de Wartburg, em Outubro de 1817, contribuíram para um crescente sentimento de unidade entre os falantes de alemão da Europa Central. Além disso, as promessas implícitas e, por vezes, explícitas, feitas durante a guerra de libertação, criaram uma expectativa de soberania popular e de maior participação no processo político; no entanto, assim que a paz foi alcançada, estas promessas caíram no esquecimento. A agitação provocada pelas organizações estudantis, levaram a que alguns líderes conservadores, como Klemens Wenzel von Metternich, a recear o aumento do sentimento nacional; o assassinato do dramaturgo alemão August von Kotzebue, em Março de 1819, por um estudante radical que defendia a unificação, foi seguido pela proclamação dos Decretos de Carlsbad em 20 de Setembro de 1819, os quais impediram a liderança intelectual do movimento nacionalista. Metternich conseguiu aproveitar o ultraje do assassinato para consolidar a legislação que permitiria, ainda mais, limitar a imprensa e constranger a ascensão dos movimentos nacionalistas e liberais. Como consequência, estes decretos forçaram o Burschenschaften a funcionar na obscuridade, restringiram a publicação de material nacionalista, alargaram a censura da imprensa e correspondência privada, e limitaram o discurso acadêmico ao proibir os professores universitários de encorajar as discussões nacionalistas.
"Os movimentos liberais dos jovens universitários na Alemanha em 1820 arrefeceram-se ao longo do século XIX" - CORRETO - É importante lembrar que durante a década de 1820 viveu-se a primeira onda revolucionária liberal contra o concerto europeu e a ordem restauradora estabelecida no Congresso de Viena iniciada no mês de setembro de 1814, enquanto Napoleão enfrentava seu exílio na ilha de Elba. O sistema de Metternich (nome do dignatário austríaco destacado durante o evento conservador) contemplava além do célebre princípio das legitimidades idealizado pelo plenipotenciário francês Tayllerand (que havia servido a chancelaria de Luís XVI,de Napoleão e agora filiava-se à causa reacionária) bem como o princípio das intervenções que seriam uma consequência da Quíntupla Aliança entre Grã-Bretanha, Áustria, Rússia, Prússia e França. Com esses conteúdos preliminares em mente, cito o que Burns escreveu a respeito: "Na Alemanha, os estudantes das universidades organizaram sociedades secretas e participaram de tempestuosas agitações contra os regimes odiosos. Essas revoltas incipientes culminaram no assassínio do dramaturgo Kotzebue, reacionário notório e espião russo, por um estudante exaltado. Esse fato convenceu Metternich, que dominava a Confederação Germânica, de que toda a Europa Central estava a ponto de ser engolfada numa revolução radical. Diante disso, forçou a aprovação, pela Dieta federal, de um programa de medidas repressivas conhecido como os Decretos de Carlsbad (1819). Estabeleciam eles que toda universidade teria um inspetor oficial, que os professores rebeldes fossem demitidos de seus cargos, que as sociedades de estudantes fossem dissolvidas e a imprensa submetida a uma estrita censura. A execução implacável dos Decretos de Carlsbad fêz o movimento liberal na Alemanha cair numa obscuridade da qual só saiu em 1848."
No entanto, a assertiva traz a segunda parte : "arrefeceram-se ao longo do século XIX, em favor da superação do dilema entre unidade e liberalismo, como defendeu Bismarck na discussão sobre renúncia às liberdades parlamentares." - ERRADO - Os movimentos arrefeceram-se diante da repressão e não em favor da superação de qualquer dilema. Assim, como supracitados os Decretos de Carlsbad de 1819 ainda tinha o substrato da Quíntupla Aliança no plano internacional caso a repressão interna de Metternich não fosse suficente para deter os revolucionários.
Já o discurso de Bismarck nesse contexto é totalmente perdido no tempo e no espaço vez que sua atuação no parlamento da Alemanha ocorreu durante as revoluções em 1848, com posterior ascensão de Bismarck em 1862 para o conselho de ministros.(Fonte: Burns, Edward McNall. História da Civilização Ocidental, volume 2. Capítulo 22 – A época do romantismo e da reação 1800-1830/Democracia e Nacionalismo na Europa Central )