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ID
383074
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2011
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A Primeira e a Segunda Guerras Mundiais foram objeto de interpretações historiográficas divergentes, que se estendem aos dias atuais. Acerca desse debate historiográfico, julgue (C ou E) os itens que se seguem.

Após a Segunda Guerra Mundial, surgiram, na historiografia alemã — como a de Fritz Fischer — acerca da recente história política europeia, interpretações que destacavam a importância, para a eclosão dos dois conflitos mundiais, do desequilíbrio de poder europeu, resultante da ascensão da Alemanha no final do século XIX.

Alternativas
Comentários
  • Sim, Fischer defende inclusive que o nazismo não é fruto indireto do Tratado de Versalhes, como muitos historiadores querem fazer crer, já que seus ideias já estavam incutido na mentalidade de muitos alemãs da elite, antes até da primeira guerra mundial. O autor acredita que a Alemanha causou as duas guerras por conta de seu anseio em ser a grande potência mundial.
  • "O dito famoso de Lloyd George, de 1933, de que todos os Estados, de uma maneira, “resvalaram” na guerra sem a querer caracteriza essa posição importante, para não dizer predominante, entre os historiadores alemães e franceses, entre 1945 e 1960 (HILDEBRAND, 1989).
    O livro de Fritz Fischer, de 1961, com o título Griff nach der Weltmacht. Die Kriegszielpolitik des kaiserlichen Deutschland, 1914-1918 (“A garra pelo poder mundial. Os objetivos de guerra da Alemanha imperial, 1914-1918”), abalou essa visão harmônica e iniciou um novo e imenso debate sobre as origens da Primeira Guerra Mundial. A interpretação de Fischer que, no decorrer do debate, radica- lizou-se, é resumida nos parágrafos seguintes.
    Baseando-se no chamado Programa de Setembro (de 9 de setembro de 1914), Fischer argumenta que a Alemanha, em última análise, teria conduzido uma guerra ofensiva. No programa, o governo alemão articulou extensos objetivos de guerra, que significariam a hegemonia alemã na Europa: a anexação de Luxemburgo e de partes da Bélgica e da França, o enfraquecimento permanente da França, o deslocamento das fronteiras russas para o leste, a dominação econômica alemã na Europa Central e a criação de um Império Alemão na África Central. Para Fischer, o governo alemão foi o responsável principal pelo fato de a crise de julho de 1914 ter-se transformado em uma guerra generalizada. A Alemanha teria desejado a guerra entre a Áustria e a Sérvia, e a tornou possível por meio da carte blanche dada à Áustria-Hungria. A questão sérvia em si teria sido de menor importância para a Alemanha. Argumenta Fischer que a questão somente teria servido para “deflagrar a grande guerra com a Rússia e a França”. A Alemanha teria especulado conscientemente sobre a neutralidade inglesa no caso de declaração de guerra contra a França e a Rússia. Nos objetivos alemães da guerra, bem como na mentalidade das elites e na orientação das políticas externa e interna, teria existido uma forte continuidade entre o Império Alemão e o Terceiro Reich de Adolf Hitler (tese de continuidade). Em publicações posteriores, Fischer aproxima-se das posições que interpretam a política exterior agressiva do Império Alemão como um reflexo compensatório das pressões sociais e políticas sobre a política interna.
    O livro de F. Fischer provocou, durante mais de 20 anos, um debate entre os historiadores do mundo inteiro (a chamada Controvérsia de Fischer), que, com toda razão, foi considerado o debate historiográfico mais importante do pós-guerra (KOCFi, 1972; JÀGER, 1984; LANGDON, 1991). Os argumentos de Fischer tiveram impacto profundo. Mas, em última análise, a sua hipótese de que a Alemanha teria conscientemente conduzido uma planejada guerra ofensiva não convenceu a corporação dos historiadores."

    (Sombra Saraiva, História das Relações Internacionais Contemporâneas, pag 125-126)

  • Muito obg pela contribuição, Elisa.

     

    os alemães são fodas. Kkkkkkk

  • Correto

     

    Havia relativo consenso acerca do papel da Alemanha em desencadear a Segunda Guerra Mundial, mas não acerca da Primeira, em que se destacava o papel do sistema de alianças e das políticas externas dos países vizinhos como fator preponderante. Fritz Fischer reuniu documentação comprovando uma continuidade da política externa alemã de 1900 até a Segunda Guerra, sugerindo assim que ela teria sido responsável pelas duas guerras.

     

    For most Germans, it was acceptable to believe that Germany had caused World War II, but not World War I, which was still widely regarded as a war forced upon Germany by its encircling enemies. Fischer was the first German historian to publish documents showing that the German chancellor Dr. Theobald von Bethmann Hollweg had made plans in September 1914 (after the war began) to annex all of Belgium, part of France and part of Russia.[1] Fischer suggested that there was continuity in German foreign policy from 1900 to the Second World War, implying that Germany was responsible for both world wars.​