A alternativa C resume a tese de Celso Furtado sobre o ciclo cafeeiro no Brasil. Para o economista, o modelo da economia cafeeira era um modelo de crescimento com a premissa de oferta ilimitada de trabalho. Segundo Furtado, trabalho e terra eram fatores de produção abundantes, e o capital era fator escasso. A permanente disponibilidade de MDO nos setores de baixa produtividade estabelecia um teto para os níveis salariais, conectando, desse modo, os salários nos setores dinâmicos aos rendimentos do trabalho na economia de subsistência. Havia um teto porque o salário não passava muito além do nível de subsistência, devido ao excesso de MDO.
Ao tentar entender essa teste furtadiana, é importante ter em mente que, ao fazer essa análise, Celso Furtado estava analisando a economia regional em torno do sistema cafeeiro. Ou seja, Furtado estava comparando os setores de alta e baixa produtividade em torno de São Paulo, a região primordial da economia cafeeira. Furtado estava comparando a MDO na lavoura de café em SP com a MDO fora da lavoura de café em SP; Furtado não estava comparando a MDO em SP com a MDO no Norte ou no Nordeste.