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ID
3840439
Banca
UECE-CEV
Órgão
UECE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

“O silogismo é uma locução em que uma vez certas suposições sejam feitas, alguma coisa distinta delas se segue necessariamente devido à mera presença das suposições como tais. Por ‘devido à mera presença das suposições como tais’ entendo que é por causa delas que resulta a conclusão, e por isso quero dizer que não há necessidade de qualquer termo adicional para tornar a conclusão necessária”

ARISTÓTELES. Órganon: Categorias,
Da interpretação, Analíticos anteriores, Analíticos
posteriores, Tópicos, Refutações sofísticas.
Bauru, SP: EDIPRO, 2010, p. 111.

Considerando o enunciado acima, constante no livro I dos Analíticos anteriores, atente para o que se afirma a seguir, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) Trata-se da definição de silogismo, termo filosófico com o qual Aristóteles designou a conclusão deduzida de premissas, a argumentação lógica perfeita.

( ) Expõe as bases do argumento indutivo com três proposições declarativas (duas premissas e uma conclusão) que se conectam de tal modo que, a partir de premissas, é possível induzir uma conclusão.

( ) Expressa a importância dada por Aristóteles à correção lógica do raciocínio empregado na construção do conhecimento do Ser das coisas.

( ) O silogismo não trata do conteúdo do que se afirma, mas permite se chegar a conclusões verdadeiras, desde que baseadas em princípios gerais verdadeiros.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


Alternativas
Comentários
  • Resposta: D

    (V) Trata-se da definição de silogismo, termo filosófico com o qual Aristóteles designou a conclusão deduzida de premissas, a argumentação lógica perfeita.

    (F) Expõe as bases do argumento indutivo com três proposições declarativas (duas premissas e uma conclusão) que se conectam de tal modo que, a partir de premissas, é possível induzir uma conclusão. (argumento dedutivo, no qual se parte de uma premissa universal para chegar a uma conclusão lógica específica)

    (V) Expressa a importância dada por Aristóteles à correção lógica do raciocínio empregado na construção do conhecimento do Ser das coisas.

    (V) O silogismo não trata do conteúdo do que se afirma, mas permite se chegar a conclusões verdadeiras, desde que baseadas em princípios gerais verdadeiros.

  • Argumentação lógica perfeita: Uma vez que, para Aristóteles, o objetivo da Ciência deve ser trabalhar com o universal e não com particular, alcançando conhecimentos verdadeiros sobre a realidade.

    Raciocínio dedutivo (silogismo):  três proposições declarativas (duas premissas e uma conclusão) que se conectam de tal modo que, a partir das premissas, é possível chegar a uma conclusão (dedução).

    Conhecimento do Ser das coisas: Conhecimento verdadeiro, essência dos seres na própria realidade sensível.

    O silogismo não trata do conteúdo do que se afirma: O objetivo do silogismo é estruturar o pensamento para se chegar a uma conclusão válida e verdadeira das coisas.

    Resp.: D

  • Única assertiva falsa:

    (F) Expõe as bases do argumento indutivo com três proposições declarativas (duas premissas e uma conclusão) que se conectam de tal modo que, a partir de premissas, é possível induzir uma conclusão.

    O que eu mudaria, para torná-la correta? Isto eu faria:

    (V) Expõe as bases do argumento DEDUTIVO com três proposições declarativas (duas premissas e uma conclusão) que se conectam de tal modo que, a partir de premissas, é possível DEDUZIR uma conclusão.

    No silogismo, realiza-se uma dedução — ou "extração reveladora", como se fosse uma biópsia (é um pedaço de ti !!!) —, quer dizer, "as premissas são gerais em relação à conclusão"¹, de tal sorte que nesta, na conclusão, "não pode haver[, de jeito nenhum mesmo,] informação que já não se encontre naquelas"², ou seja, nas premissas.³

    Na indução, você tira informação ou informações de sabe-se lá Deus da onde (modo de dizer, o meu).⁴ A indução, a bem da verdade, é uma ferramenta intelectual, racional, de "ampliação de conhecimentos"⁵; a dedução, não⁶.

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    Fontes bibliográficas:

    ¹ COELHO, Fábio Ulhoa. Roteiro de lógica jurídica / Fábio Ulhoa Coelho. — 5. ed. rev. e atual. — São Paulo: Saraiva, 2004. p. 26.

    ² COELHO, Fábio Ulhoa. Roteiro de lógica jurídica / Fábio Ulhoa Coelho. — 5. ed. rev. e atual. — São Paulo: Saraiva, 2004. p. 26.

    ³ COELHO, Fábio Ulhoa. Roteiro de lógica jurídica / Fábio Ulhoa Coelho. — 5. ed. rev. e atual. — São Paulo: Saraiva, 2004. p. 26.

    ⁴ COELHO, Fábio Ulhoa. Roteiro de lógica jurídica / Fábio Ulhoa Coelho. — 5. ed. rev. e atual. — São Paulo: Saraiva, 2004. p. 80.

    ⁵ COELHO, Fábio Ulhoa. Roteiro de lógica jurídica / Fábio Ulhoa Coelho. — 5. ed. rev. e atual. — São Paulo: Saraiva, 2004. p. 54.

    ⁶ COELHO, Fábio Ulhoa. Roteiro de lógica jurídica / Fábio Ulhoa Coelho. — 5. ed. rev. e atual. — São Paulo: Saraiva, 2004. p. 54.