A população com 12 anos ou mais de estudo, entre
1995 e 2005, praticamente dobrou e a frequência ao ensino
superior neste período quase triplicou. Esse aumento
ocorreu particularmente na população feminina, que
atualmente é maioria nas universidades e corresponde a
56,1% da população com 12 anos ou mais de estudo. No
entanto, é nesse grupo de maior escolaridade que a
desigualdade de rendimento entre homens e mulheres é
elevada.
A população masculina ocupada, com 12 anos ou mais
de estudo, está distribuída entre os seguintes grupamentos
de atividades: indústria (15,8%), comércio e reparação
(15,6%), educação, saúde e serviços sociais (16,8%) e
outras atividades (22,3%). No caso das mulheres com esse
nível de escolaridade, 44,9% estão no grupamento de
educação, saúde e serviços sociais. Em resumo, as
mulheres estão predominantemente no setor de serviços,
em atividades relacionadas ao cuidado, em áreas que
poderiam ser consideradas extensões das atribuições
familiares e domésticas.
Independentemente da maior escolaridade das
mulheres, a inserção delas em “nichos” ocupacionais
tipicamente femininos faz com que ganhem menos que os
homens, o que explica, em parte, a desigualdade de
rendimento por sexo.
FIGUEIRA, Mara. Retrato de um mundo desigual. Sociologia: ciência da
vida, São Paulo: Escala, ano 1, n. 6, p. 14, 2007.
Ao mencionar os índices da pesquisa do IBGE no texto, a
articulista evidencia que