Até recentemente, a Nasa enfrentou uma aguda escassez de plutônio, o que comprometeu suas futuras missões ao
espaço incomensurável. Em 2013, o Departamento de Energia dos EUA anunciou, após uma pausa de 25 anos, que
reiniciaria a produção de plutônio-238, a espinha dorsal das baterias nucleares de longa duração, que têm alimentado
numerosas missões desde 1969. A escassez de plutônio mais o pequeno estoque existente mal atendem às missões
planetárias para as gélidas luas de Júpiter e Saturno, planejadas para a próxima década. Por essa razão, a Nasa tem
estudado alternativas e, recentemente, demonstrou interesse em uma tecnologia que tem propulsionado torpedos da
Marinha dos EUA. A Marinha começou a experimentar com os chamados Sistemas de propulsão de Energia Química
Armazenada (SCEPS) na década de 1920, mas foi só nos anos 1980 que engenheiros da Universidade da Pensilvânia
adaptaram a tecnologia para ogivas capazes de ir rápido e fundo o suficiente em sua caça a submarinos soviéticos. O
sistema SCEPS aproveita a reação química de dois reagentes que permanecem armazenados e separados até serem
necessários. Em torpedos, o sistema normalmente mantém sua energia em reserva como um bloco sólido de lítio e
um tanque do gás inerte hexafluoreto de enxofre. Quando acionada, a reação dos dois materiais gera calor, que gira a
turbina a vapor da arma para produzir milhares de quilowatts (kW) de energia. O engenheiro de sistemas espaciais da
Universidade da Pensilvânia propôs uma missão de demonstração para Vênus, onde uma sonda robótica de pouso,
alimentada pelo sistema SCEPS, aproveitaria o dióxido de carbono atmosférico do planeta para reagir com o lítio. O
calor resultante poderia acionar um gerador elétrico para produzir energia equivalente a cerca de três lâmpadas, uma
reserva, ou receita considerável para missões espaciais. (HSU, 2015, p. 16).
Considerando-se que Vênus esteja na eminência de apresentar uma forma de vida semelhante àquela que surgiu na Terra há,
aproximadamente, 3,8 bilhões de anos e com a suas condições abióticas, é possível supor que esse ser vivo poderia