Magras e com parasitas, cansadas por êxodos mais longos para se reproduzir e com ciclos migratórios alterados pelo
aumento da temperatura das águas: as baleias, animal fundamental para o ecossistema marinho, também sofrem o
impacto do aquecimento global em frente a Puerto López, 295km ao sudoeste de Quito, onde chegam da Antártida para
ter suas crias. Os rituais de acasalamento são repetidos em outras áreas costeiras da América Latina, como em Cabo
Blanco, no Peru, ou em Bahia Málaga, na Colômbia, e também em Puerto Pirâmides, no Atlântico argentino. Em todos
esses lugares, é possível sentir o impacto da mudança do clima. Com águas mais quentes, diminuem as fontes de
alimentação, o que as torna menos propensas a se reproduzir. A maior temperatura do oceano também as confunde,
modificando a duração e o alcance de suas migrações. A acidificação dos oceanos pelo aumento do dióxido de
carbono, CO2, na atmosfera também afeta as baleias, porque reduz o plâncton com o qual se alimentam e dão à luz
apenas quando as condições para alimentar suas crias são favoráveis, aponta um cientista norte-americano. Quando
falta o krill, crustáceo fundamental na dieta, a procriação diminui nos santuários de cetáceos a milhares de quilômetros
de distância, e a sobrevivência das crias é afetada. As baleias devem ingerir várias toneladas de krill por dia para ganhar
peso e, então, conseguir enfrentar travessias e ter reservas de energia suficientes para a gestação. O aquecimento
global atinge em particular as baleias, que paradoxalmente parecem ter a chave para contê-lo, porque seus dejetos
ajudam no crescimento da maioria das plantas que absorvem CO2. A grande quantidade de ferro no excremento das
baleias favorece ao crescimento de algas microscópicas, fundamental para o equilíbrio do ecossistema marinho.
“Esse aspecto mantém o resto do oceano vivo”, destaca o cientista, explicando como as baleias buscam o alimento nas
profundezas do mar, mas comem e defecam na superfície, permitindo a circulação de nutrientes. (MAGRAS e com
parasitas,... 2016).
Considerando-se que, após digerirem os peixes e lulas, base de sua dieta, cerca de 12 mil baleias defecam, cada uma, em
torno de 50ton de ferro, sob forma de íons, no mar, por ano, é correto afirmar que a ordem de grandeza da massa de ferro lançada
no mar, anualmente, por essas baleias, em kg, é igual a