Texto A
O Cárcere das Almas
AH! Toda alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades.
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma, entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e funéreas
Nas prisões colossais e abandonadas
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo
Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do mistério?!
SOUSA, João Cruz e. Poesia por Tasso de Silva. 2. ed. Rio de
Janeiro: Agir, 1960. p. 73.
Texto B
Corpo no cerco
os quatro pontos do globo
os quatro cantos do céu
as quatro esquinas do quarto
o corpo todo travado
no olhar cicatrizado
nas mãos as chaves
oxi(sol)dadas
onde as portas
(de sair aonde ?)
onde o norte
só desnorte
mais a leste, sem oeste
os meus membros quatro exatos
quatro minhas as paredes
cerco do corpo no quarto
meu corpo cortado em quatro
CUNHA, Helena Parente. Corpo no cerco. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1978. p. 20-21.
Considerando-se os poemas em questão, a análise sem respaldo encontra-se em