Na língua padrão, especialmente na escrita, ficou convencionado apresentar ideias similares numa forma gramatical idêntica. Se essa norma for transgredida, diz-se que há erro de paralelismo.
Errado:
Pelo aviso circular recomendou-se aos ministérios economizar energia e que elaborasse planos de redução de despesas.
Ocorrem no período acima duas orações objetivas diretas portadoras de ideias similares, só que a forma gramatical não é idêntica, pois uma oração é reduzida do infinitivo (economizar energia) e a outra, desenvolvida (que elaborassem planos de redução de despesas).
Existem duas possibilidades de correção do erro: ou fazer as duas orações subordinadas reduzidas do infinitivo (1) ou torná-las desenvolvidas (2):
Também ocorre erro de paralelismo se forem agrupadas orações e substantivos (ou adjetivos) numa mesma função sintática.
No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Corrija para:
Ou
Fonte: Lúcia Locatelli Flôres. Revisão de textos: TJSC. 2006. p. 14. (apostila do curso ministrado pela professora Lúcia Locatelli no ano de 2010 no TJSC).
Esta questão exige do candidato conhecimento acerca do nome que é dado ao erro que consiste em apresentar
ideias similares numa forma gramatical idêntica, que está relacionada com a formulação de frase.
a) Paralelismo é uma sequência de expressões com uma
estrutura paralela, ou seja, simétrica. Há paralelismo quando há um
encadeamento harmonioso e lógico entre as diferentes partes da oração e
do texto. Para haver paralelismo, é necessário que haja correspondência e
semelhança entre duas palavras, ideias, termos etc. que possam ser
comparadas entre si. Tomando como exemplos a frase apresentada, observe que estavam sendo listadas as cidades que o presidente visitou e no final foi mencionado o Papa, que é uma pessoa. Nesse momento, houve uma quebra na simetria entre as ideias presentes e, portanto, no paralelismo semântico. Então, essa é a alternativa a que se refere a definição e, portanto, a correta.
b) O Primitivismo foi uma tendência difundida na arte
moderna, que visou buscar referências de arte de culturas estrangeiras
como a arte feita por povos e tribos primitivas. Ou seja, não diz respeito à formulação de frase e, portanto, esta alternativa está incorreta.
c) A redundância é uma repetição desnecessária de ideias, também chamada de pleonasmo vicioso ou tautologia. Ela é usada frequentemente em linguagem cotidiana, mas é
um vício de linguagem, contribuindo para o empobrecimento do discurso. Sendo assim, tal erro não é referente à formulação de frase e, portanto, esta alternativa está incorreta.
d) Categorização é
ato ou efeito de categorizar, de classificar ou dispor por categorias; organização de elementos diversos em classes ou grupos distintos. Nesse sentido, também não diz respeito à formulação de frase e, portanto, esta alternativa está incorreta.
e) Variável independente é uma variável que representa uma grandeza que está sendo manipulada em um experimento. Ou seja, não diz respeito à formulação de frase e, portanto, esta alternativa também está incorreta.
Gabarito:
Letra A
Nessa frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade de correção é transformá-la em duas frases simples, com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar):
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta última capital, encontrou-se com o Papa.
Fonte: MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA