Após a passagem do ciclone Idai, em 14 de março, Moçambique registrou mais de mil casos
de cólera, segundo o Ministério da Saúde local e a ONU. Houve também ao menos um óbito
causado pela doença na cidade portuária de Beira, uma das mais prejudicadas pela tempestade.
“A pessoa veio para cá em estado crítico. Foi a primeira a morrer de cólera em nossa unidade
de saúde”, disse a diretora nacional de Assistência Médica de Moçambique, Ussene Isse, para o
canal público de televisão TVN.
Os 1.052 casos de cólera são um aumento considerável em relação aos 271 registrados no
sábado (30). A cólera é endêmica no país – houve surtos regulares nos últimos cinco anos. Cerca
de 2.000 pessoas foram infectadas na última onda da doença, encerrada em fevereiro de 2018, de
acordo com a OMS.
A dimensão dos danos causados pelo ciclone às infraestruturas de água e saneamento de
Beira, juntamente com a densa população da cidade, levantaram o temor de que uma nova
epidemia seja difícil de ser controlada.
A ONU estima que 1,85 milhão de pessoas foram afetadas pelo ciclone, que atingiu primeiro
Moçambique e em seguida se dirigiu para Zimbabué e Maláui. Pelo menos 843 pessoas morreram
nos três países, de acordo com números divulgados nesta terça (2).
Na sexta-feira (29), o governo brasileiro anunciou o envio de agentes da Força Nacional a
Moçambique para apoiar a ações humanitárias no país. Um grupo de 20 bombeiros que atuou na
tragédia de Brumadinho também embarcou rumo à África.
Folha de S. Paulo, 3 de abril de 2019.
Com base no texto, assinale a alternativa em que o produtor textual, ao empregar o discurso
relatado, transfere a responsabilidade do dizer para o próprio enunciador.