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ID
3919048
Banca
COMPERVE
Órgão
TJ-RN
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O texto abaixo servirá de base para a questão.

 Óculos com luz e joia no rosto são novas armas contra reconhecimento facial

Letícia Naísa

A indústria fashion começa a oferecer produtos para quem não quer ser reconhecido por câmeras de vigilância. Podem ser óculos que emitem luz, joias que confundem o scanner facial ou máscaras que distorcem as feições. A rápida expansão da tecnologia de reconhecimento inspirou a artista polonesa Ewa Nowak a criar máscaras para driblar as autoridades. Feitas de metal, as joias prometem embaralhar os algoritmos e impedir que os rostos sejam reconhecidos por câmeras.

O projeto foi chamado de "Incognito" e consiste em um tipo de óculos que cobre parte da testa e das maçãs do rosto. "Este projeto foi precedido por um estudo de longo prazo sobre forma, tamanho e localização dos elementos da máscara para que ela realmente cumprisse sua tarefa", escreve Nowak em sua página. Segundo ela, a máscara foi testada no algoritmo DeepFace, do Facebook, e passou na prova: seu rosto não foi reconhecido.

Ainda há muito debate e muita pesquisa em torno da eficiência da tecnologia de reconhecimento facial, especialmente com os falsos positivos: a câmera diz que uma pessoa é, na verdade, outra. Especialistas apontam que ainda há muitas falhas em reconhecer rostos fora do padrão de homens brancos. "Se a gente aplica essas tecnologias de maneira errônea e ela indica que o meu rosto é de uma pessoa suspeita, a tendência é que oficiais deem crédito ao equívoco, e abre-se margem a abuso policial, porque tem indício de que você é uma pessoa suspeita e aí pode-se inverter o princípio da inocência, que é fundamental", afirma Joana Varon, diretora executiva da Coding Rights, organização de defesa dos direitos humanos na internet.

A preocupação com o reconhecimento facial tem crescido nos últimos anos, visto que a tecnologia tem sido usada para fins de segurança pública e privada e de marketing. No Brasil, a novidade já chegou. Durante o carnaval deste ano, um homem foi preso depois de ser reconhecido por uma câmera, e a ViaQuatro do metrô paulista foi impedida de usar o reconhecimento facial. O debate sobre a regulamentação da tecnologia está previsto na Lei Geral de Proteção de Dados, que entrará em vigor em agosto de 2020.

Para Pollyana Ferrari, professora da PUC-SP e pesquisadora de mídias sociais, é preciso que os governos regulamentem o uso de nossas "pegadas digitais", sejam likes, compras, navegação ou biometria. "Os riscos da tecnologia são os usos não declarados; na maior pa rte das vezes, não sabemos o que será feito da nossa biometria", diz. "Cada vez a driblamos menos", afirma.

Quanto à eficiência do Incognito, as especialistas ainda são céticas, mas Varon reconhece que há uma tendência na tentativa de hackear o sistema de vigilância da tecnologia de reconhecimento facial. O próprio "Incognito" foi inspirado em um projeto japonês que criou óculos com luzes que impedem a tecnologia de reconhecer rostos. Em Hong Kong, durante a onda de protestos na China, os jovens usaram máscaras, lenços e lasers para enganar as câmeras. 

Para Varon, a via legislativa e moratórias para uso da tecnologia são vias eficientes. Nos Estados Unidos, algumas cidades já baniram o uso de reconhecimento facial na segurança e impediram empresas que desenvolvem softwares de venderem para esse fim. "O que funciona é ter uma visão crítica e ampliar o debate sobre quão nocivo pode ser o uso dessa tecnologia, seja por discriminação de pessoas, seja por coleta abusiva de expressões faciais, sentimentos, humores, visando manipular mentes, e o debate sobre o guardo e o compartilhamento desses dados, que são extremamente sensíveis", afirma. 

Para Ferrari, o projeto enquanto artístico é válido. "O papel da arte sempre foi nos tirar da zona de conforto. Então, esse movimento que se declara contra a vigilância governamental e corporativa, com joias, óculos de LED e máscaras, é bem oportuno, pois nos alerta para algo que já nos afeta diariamente", opina. 


Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/30/artista -cria-mascara-anti-reconhecimento-facial.htm. Acesso em: 27 jan. 2020. [Adaptado]

A linguagem empregada no título

Alternativas
Comentários
  • ✅ Gabarito: A

    Sentido Conotativo (conotação): quando a palavra é empregada no sentido figurado, irreal, dos contos de fadas.

    Sentido Denotativo (denotação): quando a palavra é empregada no sentido real. Dica: Denotativo = Dicionário.

    ➥ O texto possui predominância denotativa, porém, contém um traço de conotatividade, aparece no título: Óculos com luz e joia no rosto são novas armas contra reconhecimento facial (METÁFORA; a expressão em destaque marca uma linguagem conotativa).

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Na minha opinião o titulo é predominantemente conotativo.

  • A questão quer que indiquemos qual linguagem está empregada no título do texto, contudo é preciso fazer a leitura do texto para associar melhor o que está escrito na frase do título.

     Óculos com luz e joia no rosto são novas armas contra reconhecimento facial

    Denotativo quando a palavra é empregada no sentido real. Mesmo sentido do: Dicionário.

    Conotativo quando a palavra é empregada no sentido figurado, irreal, dos contos de fadas

    a) Correto.

    O texto apresenta somente um traço de conotação que é ao dizer “ Óculos …são novas armas contra reconhecimento facial” , sabemos que os óculos não são armas e sim um objeto acessório.

    b) Incorreta.

    Contém um único traço de denotação ao dizer óculos com luz “ Podem ser óculos que emitem luz, joias que confundem o scanner facial” e ao dizer joia no rosto ” Feitas de metal, as joias prometem…” são sentidos reais, pois os óculos emitem a luz é uma tecnologia desenvolvida e o metal de fato é uma joia e os óculos possuem tal elemento.

    c) Incorreta.

    Vimos na alternativa “a” que tem marca de conotação.

    d) Incorreta.

    Vimos na alternativa “b” e “a” que tem mais traços denotativo que conotativo, pois conotativo é somente dizer que ósculos são armas.

    GABARITO: A

  • a única palavra com sentido conotativo é arma. Basta vê que na frase não há nenhuma arma no sentido literal, tanto é que a sentido da frase é todo construído para que o leitor associe o objeto óculos ao sentido metafórico de arma.

  • Essa questão ela não é fácil, se a gente acertou é porque se preparamos !