Leia o texto a seguir para responder a questão.
Já sabia ajuntar as sílabas e ler por cima toda coisa,
mas descrencei e perdi a influência de ir à escola,
porque diante dos escritos que o mestre me passava
e das lições marcadas nos livros, fiquei sendo um
quarta-feira de marca maior. Alívio bom era quando
chegava em casa. [...] Entrei numa lida muito dificultosa.
Martírio sem fim o não entender nadinha do que vinha
nos livros e do que o Mestre Frederico falava. Estranheza
colosso me cegava e me punha tonto. Acho bem que foi
desse tempo o mal que me acompanha até hoje de ser
recanteado e meio mocorongo. Com os meus, em casa,
conversava por trinta, tinha ladineza e entendimento.
BERNARDES, Carmo. In: BORTONI-RICARDO, Stella Maris.
Educação em Língua Materna: a sociolinguística na sala de
aula. São Paulo: Parábola, 2004, p. 13-15.
Os órgãos oficiais informam que apenas 26% dos
brasileiros na faixa de 15 a 64 anos de idade são
plenamente alfabetizados. Assim, afirma-se que a
outra parcela da população é ou analfabeta funcional
ou analfabeta. Pode-se dizer que isso acontece porque
a escola brasileira não tem propiciado a um grande
contingente de seus alunos o progresso nos estudos.
Ao contrário, acontece a evasão, principalmente, devido
à desconsideração das variedades linguísticas dos
alunos.
Percebe-se essa realidade em todos os fragmentos
retirados do texto, exceto: