A brucelose é uma doença infecto-contagiosa, de evolução crônica e de caráter granulomatoso típico, que acomete principalmente os sistemas reprodutivo e ósteo-articular de bovinos, suínos, ovinos, caprinos, cães, eqüinos e homem. Possui ampla distribuição mundial, sendo endêmica no Brasil.
A doença provoca graves perdas produção animal, chegando a causar 25% de diminuição na produção de leite e 15% na produção de carne, sem contar com a perda de bezerros ocasionada por abortamentos. Além disso, a sua presença torna o País vulnerável a barreiras sanitárias internacionais.
Zoonose, transmitida horizontalmente para o homem, por meio de ingestão de seus produtos lacteos, ou até mesmo, por contato direto com o animal.
Patogênia
Uma vez atravessando a porta de entrada, as brucelas serão drenadas para os gânglios linfáticos regionais e a partir destes, via linfa ou sangue, disseminam-se por todo o organismo, indo colonizar os órgãos ou tecidos ricos em células do sistema mononuclear fagocitário, tais como gânglios linfáticos, medula óssea, fígado, baço e articulações. Além destes, as brucelas se disseminam para órgão reprodutivos como útero gravídico das fêmeas e os testículos, epidídimo e vesícula seminal dos machos.
A predileção para útero gravídico se deve à produção, pelo mesmo, do hormônio chamado eritritol. O eritritol atrai as brucelas e funciona como fator estimulante para o seu crescimento. Este hormônio só está presente em bovinos, caprinos, ovinos, suínos e cães, e está relacionado com a ocorrência do abortamento. Este hormônio não é produzido pela mulher ou pela égua que, por conseguinte, não apresentam abortamento em conseqüência da brucelose.