Em palavras breves, as figuras de linguagem são recursos expressivos utilizados com objetivo de gerar efeitos no discurso. Dentro do extenso grupo em que se arrolam esses recursos, existem quatro subdivisões: figura de palavra, figura de construção, figura de sintaxe e figura de som.
Leiamos o trecho camoniano:
"É ferida que dói e não se sente. /É um contentamento descontente."
Chega às margens do impossível pensar em ferida que dói, e não se pode senti-la, bem como na existência de um sentimento de contentamento que seja ao mesmo tempo descontente. Essa característica leva a crer a existência de paradoxo (ou oximoro).
a) Pleonasmo.
Incorreto. É o emprego de palavras desnecessárias ao sentido. Há dois tipos: um a que se chama de vicioso, decorrente da ignorância da significação das palavras (p.ex. decapitar a cabeça, tornar a repetir, encarar de frente), e o literário, que serve à ênfase, ao vigor da expressão. Exs.:
“Era como se todo o mundo que ele pisara com os pés, que vira com os seus olhos, que pegara com as suas mãos, se perdesse num instante.” (José Lins do Rego)
“Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros (...) no estreito e infecto porão de um navio.” (Maria Firmina dos Reis)
b) Paradoxo.
Correto. É a contradição entre ideias de tão modo acentuada que margeia o absurdo, o ilogismo. Ex.: "Estou cego e vejo/Arranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade)
c) Metonímia.
Incorreto. São relações reais de ordem qualitativa que levam a empregar metonimicamente uma palavra por outra, a designar uma coisa com o nome de outra. Ex.: ler Machado de Assis (o livro de Machado de Assis), beber o copo de cachaça (beber a cachaça).
d) Nenhuma das alternativas.
Incorreto. Existe alternativa correta;
e) Todas as alternativas estão corretas.
Incorreto. Apenas uma está correta: alternativa B.
Letra B