Gabarito A
Síntese Teórica – Crase: fundamentos.
Dá-se o nome de Crase à fusão de a + a(s). O primeiro a é sempre uma preposição; o segundo a é, em geral, um artigo. A crase é representada graficamente pelo acento grave.
Crase: a + a(s) = às
preposição artigo crase
definido feminino
Se crase é a fusão da preposição a com o artigo a(s), então, para haver crase, duas condições têm de coexistir:
1ª) um termo tem de pedir a preposição a;
2ª) outro termo tem de admitir o artigo feminino a(s).
Compare:
Eu vi a garota. Eu vi o garoto.
No caso acima, não há crase, pois “quem vê ... vê algo ou alguém”, ou seja, o verbo “ver” é transitivo direto e, por isso, não pede preposição. Então, em “Eu vi a garota.”, o a não passa de um artigo. Tanto assim é que, ao substituir “garota” por “garoto”, surgiu o artigo definido masculino.
Eu me referi à garota. Eu me referi ao garoto.
Agora, o caso é diferente. Veja que “quem se refere … se refere a algo ou alguém”, ou seja, o verbo “referir-se” é transitivo indireto e, por isso, pede preposição. Então, em “Eu me referi à garota.”, temos dois “as”: um deles é a preposição exigida pelo verbo; o outro é o artigo determinante de “garota”. Daí o emprego do acento grave.
Síntese Teórica III – Crase (casos proibitivos).
Jamais se usa acento grave:
. antes de pronome pessoal (reto ou oblíquo);
. antes dos pronomes quem, cuja(s);
. antes dos pronomes indefinidos em geral;
. antes de verbo;
. antes dos demonstrativos esta (s) e essa(s);
. em expressões envolvendo substantivos repetidos;
. diante da maioria das formas de tratamento;
. antes da palavra casa, considerada como o local em que se mora.
Fonte: Qc