O ensino durante parte da Idade Média era dado apenas para os membros da Igreja, nos bispados e nos mosteiros. Nestes espaços os alunos adquiriam conhecimento científico e eram letrados. No entanto, a Igreja e o Estados em formação constataram a necessidade de mais funcionários trabalhando em suas instituições a partir do século XII.
Estes novos funcionários precisavam ser formados em latim e compreender o aparelhamento burocrático. Para isso, iniciou-se o processo de formação dos bacharéis em artes e dos especialistas em legislação.
Os papas, reis e imperadores aceitaram a reunião dos alunos e professores nas cidades de Bolonha, Paris, Oxford e Cambridge. A Igreja chancelou as universidades para a concessão dos diplomas. Os alunos saiam versados em Letras, Artes, Leis, além de adquirirem conhecimento de retórica e dialética. Os estudantes não eram somente burocratas estatais, mas também eram pensadores com capacidade de contestação e mudança de paradigma.
Acerca do tema há afirmativas verdadeiras e falsas. A questão é específica sobre educação na idade média europeia. Há publicações de Le Goff e George Duby, medievalistas franceses . Seus livros são, em grande parte, traduzidos para português.
A) INCORRETA- Esta afirmativa está incorreta, pois as universidades formavam profissionais para atuarem nas estruturas das instituições de Estado e da Igreja Católica. Além disso, o patrocínio das universidades foi dado por papas, reis, príncipes e imperadores.
B) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois o objetivo dos burgueses ao auxiliar escolas leigas estava em conseguir empregados para cálculo de lucros, redação de letras de câmbio e elaboração de contratos. Ao colaborar com as escolas leigas, os burgueses contribuíam para a descentralização do conhecimento que estava nas mãos da Igreja.
C) CORRETA – Esta afirmativa está correta pois o objetivo dos reis, príncipes e papas ao patrocinar as universidades era criar um corpo de formados capazes de trabalhar nas suas respectivas instituições. Os patrocinadores forneciam autonomia para alunos e mestres se autogovernarem. Os alunos formados tinha o conhecimento para gerir as instituições que estavam surgindo no contexto do renascimento urbano e comercial assim como com a incipiente formação dos Estados.
D) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta, pois a criação de universidades é diametralmente oposta a um declínio da nobreza. Os estudantes precisavam se dedicar quase que exclusivamente aos seus cursos logo, precisavam de um financiamento para as suas atividades. Os alunos que permaneciam até o fim dos seus cursos geralmente eram filhos de senhores da terra patrocinados por seus pais . Os monges eram patrocinados pelas suas ordens religiosas.
E) INCORRETA- Esta afirmativa está incorreta pois os alunos, após cursos nas universidades, estariam aptos para trabalharem como funcionários no aparelhamento jurídico e burocrático das instituições da Igreja e, como membros do funcionalismo das instituições dos Estados. Além disso, poderiam trabalhar com a burguesia na elaboração de contratos, na contabilidade dos lucros e na redação das letras de câmbio.
Gabarito do Professor: Letra C.