TEXTO
Estresse, o maior gatilho para as
síndromes da vida moderna
Lidar com as exigências da sociedade contemporânea,
marcada pelo imperativo da pressa e das incertezas, sem
falar na quase obrigação de estar sempre conectado e
produtivo, não é fácil. Não raro, esse pacote provoca um
desequilíbrio do ritmo biológico, levando ao
desenvolvimento de uma série de distúrbios igualmente
contemporâneos. Até a Justiça já começa a se preocupar
com eles. Recentemente, uma decisão favoreceu uma
jovem atendente de telemarketing que teve uma crise
nervosa e xingou um cliente. Demitida por justa causa, teve
o desligamento revertido ao ser constatado que sofria da
síndrome de ‘burnout’. Acabou ganhando o direito a uma
indenização da empresa.
Profissionais que vivem sob pressão extrema até que se
sintam exauridos e incapazes de lidar com a rotina, muitas
vezes desenvolvendo comportamentos agressivos e crises
de ansiedade, são candidatos clássicos ao diagnóstico de
‘burnout’ (algo como ‘apagado’, em tradução livre).
Mas essa não é, nem de longe, o único problema do tipo.
Por trás deles está, geralmente, uma condição conhecida
da maioria: o estresse, que atinge, em diferentes níveis,
70% dos trabalhadores brasileiros, segundo estudo da
ISMA-BR, uma organização para pesquisa e prevenção da
estafa no Brasil. Só o ‘burnout’ (aquela espécie de
‘apagamento’) afetaria 30% da população economicamente
ativa do país.
– O estresse em si não é uma doença, mas pode ser o
gatilho, e é preciso estar alerta – explicou a psicóloga Ana
Maria Rossi, presidente da ISMA-BR.
O truque, segundo Ana Maria, é manter o ritmo. Não aquele
imposto pelos fatores externos, mas o do corpo. Enxergar a
alimentação saudável, a atividade física, o lazer e o sono de
qualidade como prioridades, e não meros coadjuvantes.
Isso significa estabelecer objetivos e impor limites, mesmo
que, para isso, às vezes, seja necessário reduzir
expectativas. (...)
A doença da pressa é um sentimento ininterrupto de
urgência, de fissura na contagem do tempo.
(Disponível em:
http:www4.faac.unesp.br/pesquisa/nos/alegria/sorria/bom_hum.htm
. Acesso em 05/05/2016).
Analise os comentários que são feitos em relação aos
‘efeitos de sentido’ pretendidos pelo autor em algumas
passagens do Texto 1.
1) “O estresse em si não é uma doença, mas pode
ser o gatilho”: no fragmento sublinhado, o autor
optou por uma linguagem metafórica.
2) “A doença da pressa é um sentimento ininterrupto
de urgência”: quer dizer, há sempre uma
sensação de que se está diante do imediato, do
inadiável.
3) “Até a Justiça já começa a se preocupar com
eles”: o uso da preposição ‘até’ enfraquece a
força do argumento apresentado.
4) “O estresse em si não é uma doença”: quer dizer,
o estresse em sua essência, em seu cerne.
5) “Não raro, esse pacote provoca um desequilíbrio
do ritmo biológico”: a expressão sublinhada se
opõe a um sentido temporal de regularidade.
Estão corretas: