D- Categorias ontológico-sociais:
Os fundamentos ontológicos e sociais da ética
É pela apropriação do processo de constituição histórica do ser social que uma ética fundada ontologicamente pode ser compreendida. Na gênese do ser social, estão dadas as bases de sua constituição ontológica: o ser social se humanizou em face da natureza orgânica e inorgânica, transformando‐a para atender necessidades de reprodução da sua existência e nesse processo passa a se constituir como ser específico, diferente de outros seres existentes. É o trabalho que instaura esse novo ser, na medida em que rompe com o padrão imediato das atividades puramente naturais, estruturando uma atividade de caráter prático‐social: uma práxis que transforma a natureza e produzindo um resultado antes inexistente: um produto material que responde a necessidades sociais e as recria em condições históricas determinadas. Como práxis, o trabalho é a base ontológica primária da vida social; mediação que efetiva objetiva e subjetivamente o intercâmbio entre os homens e a natureza, pondo em movimento um processo incessante de (re) criação de novas necessidades; ampliando os sentidos humanos, instaurando atributos e potencialidades especificamente humanas. Ao criar novas alternativas para o seu desenvolvimento, o ser social se afasta de suas “barreiras naturais”, amplia sua natureza social e consciente, estabelece a possibilidade de uma existência social aberta para o novo, para o diverso, para o amanhã, instaurando objetivações que permitem autoconstrução do ser social como um ser livre e universal.
Fonte: http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/8QQ0Gyz6x815V3u07yLJ.pdf