Leia um trecho do artigo de Lira Neto para responder à questão.
[...] dia desses, uma equipe de reportagem de um canal
por assinatura veio até minha casa para me entrevistar sobre
a Era Vargas. O repórter que conduziria a conversa advertiu-
-me, antes de o operador ligar a câmera: “Pense que nosso
telespectador típico é aquele sujeito esparramado no sofá,
com uma lata de cerveja numa mão e o controle remoto na
outra, que esbarrou na nossa reportagem por acaso, durante o intervalo de um filme de ação”, detalhou. “É para esse
cara que você vai falar; pense nele como alguém com a idade
mental de 14 anos.”
Sou cortês, mas tenho meus limites. Quase enxotei o colega porta afora, aos pontapés. Respirei fundo e procurei ser
didático, sem me esforçar para parecer que estava falando
com o Homer Simpson postado ali do outro lado da lente.
Afinal, como pai de duas crianças, acredito que há uma enorme distância entre o didatismo e o discurso toleirão, entre a
clareza e a parvoíce.
(“A TV virou um dinossauro”. Folha de S.Paulo, 09.07.2017.)
Para orientar sua fala na entrevista, Lira Neto estabeleceu
uma relação de equivalência entre: