Discorrendo em linhas lacônicas, Celso Pedro Luft, no introito de Decifrando a Crase, ensina que se usa o acento grave no "a" em duas circunstâncias apenas:
1ª) para sinalizar a crase, isto é, para indicar que o "a" vale por dois: à = a + a;
2ª) para sinalizar preposição "a" em expressões de circunstância com substantivo feminino singular, indicando que não se deve confundir com o artigo "a" (p.ex. escrever à mão, cortar à faca, etc.)
“Paralela a/à sua vontade de crescer, havia a ideia de não mudar nada: viver em algum lugar entre a plenitude adulta e a infância.”
Paralela a/à vontade → Substitua por termo masculino: paralela ao seu comportamento. Note que se pode também dizer "paralelo a seu comportamento", tendo em vista a facultativa presença de artigo diante de pronomes possessivos. Sendo assim, é legítimo marcar ou não o fenômeno da crase.
Havia a ideia → Ocorre somente artigo que determina o objeto direto "a ideia", de modo que o fenômeno não é marcado.
Entre a plenitude adulta e a infância → Em ambas as ocorrências, são meros artigos que determinam os respectivos substantivos; portanto, não se marca a crase.
Letra A