Leia um trecho do “Manifesto do Futurismo” publicado por
Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) no ano de 1909.
Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas
pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta; as marés multicoloridas e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; a
vibração noturna dos arsenais e dos estaleiros sob suas luas
elétricas; as estações glutonas comedoras de serpentes que
fumam; as usinas suspensas nas nuvens pelos barbantes de
suas fumaças; os navios aventureiros farejando o horizonte;
as locomotivas de grande peito, que escoucinham os trilhos,
como enormes cavalos de aço freados por longos tubos, e o
voo deslizante dos aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da
bandeira e os aplausos da multidão entusiasta.
(Apud Gilberto Mendonça Teles.
Vanguarda europeia e modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.)
Em consonância com este preceito do Futurismo estão os seguintes versos, extraídos da produção poética de Fernando
Pessoa (1888-1935):