- ID
- 4046698
- Banca
- INSTITUTO AOCP
- Órgão
- Câmara de Rio Branco - AC
- Ano
- 2016
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Apagão Mental
Subestimada por décadas, a ansiedade pode
inviabilizar a vida social e a profissional, mas
poucas pessoas buscam tratamento para aliviar os
sintomas antes que cheguem ao limite. Segundo
a Previdência Social, os transtornos mentais já
são a terceira razão de afastamentos do trabalho
no Brasil, sendo que os gastos do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) giram em torno de R$
200 milhões em pagamentos de benefícios anuais,
dado que reforça a importância de se criar medidas
de prevenção. Nesse contexto, a ansiedade, assim
como a depressão, são os males que mais afetam
as pessoas.
Os gatilhos que desencadeiam a ansiedade
são muitos. Os tipos dela, também. Desde que
foi categorizada como uma patologia e inserida
na terceira edição do DSM (sigla em inglês para
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais), a ansiedade desdobrou-se em muitos
males, como fobias e alguns tipos de transtorno -
do pânico, obsessivo-compulsivo, de estresse póstraumáticos, de ansiedade social ou de ansiedade
generalizada, por exemplo. [...]
Em suma, a ansiedade é entendida como
um sintoma disfuncional da personalidade que
acarreta em um conjunto de sensações físicas e
psicológicas, um sentimento vago e desagradável
de medo e tensão que surge com a antecipação
de perigo ou uma apreensão em relação ao
sofrimento futuro. “A pessoa que está lidando
no automático com a vida ou alguma situação
específica não consegue compreender o que está
fazendo. Geralmente quem vive dessa maneira
tem grandes chances de sofrer um episódio de
pânico, desenvolver o transtorno de ansiedade
generalizada ou uma fobia social. Fazer mais e
mais atividades é uma tentativa de não deixar o
aparelho psíquico negociar diferentes instâncias”,
diz o psicanalista Claudio César Montoto. Nesse
sentido, a ansiedade é uma espécie de “acúmulo
de várias negligências internas com as próprias
necessidades”, completa o psicólogo clínico
Frederico Mattos. [...]
Há dois tipos de crise mais comuns. O primeiro
é o transtorno do pânico, caracterizado por um
ataque em que, de repente, a pessoa passa a sentir
falta de ar, taquicardia e chega até a sentir que vai
morrer. O segundo é a ansiedade generalizada, que
pode trazer tontura, tensão muscular e um medo
persistente.
Mas há uma parcela considerável de pessoas
que se queixa desse problema num nível, digamos,
não patológico. Por isso, entender esse sintoma
passa por entender sua ambiguidade: se hoje esse
distúrbio parece ser, junto com a depressão, um
grande vilão do mundo moderno, ele nem sempre
foi visto assim. A psicanálise e até mesmo a
medicina, por exemplo, consideraram em outros
tempos que esse mal era simplesmente uma
condição típica do ser humano, por meio da qual
ele se relaciona com o mundo. Nesse cenário, lidar
com a ansiedade possibilitou ao homem aprender,
por exemplo, a antecipar o risco, o que teria
ajudado na sobrevivência da espécie. [...]
(Maria Beatriz Gonçalves, Adaptado de http://tab.uol.com.br/ansiedade/ -
acesso em 04 de abril de 2016)
De acordo com o texto,