Mattelart volta-se contra as teorias identificadas sob o rótulo de Teorias do Difusionismo. Tratam-se das teorias que preconizavam a necessidade de exportar o modelo de desenvolvimento dos países “avançados” para os países “atrasados” – o que se daria, no plano da comunicação e da informação, pela difusão maciça de conteúdos culturais, da substituição das formas informativas, artísticas e de entretenimento nacionais (isto é, produzidas pelos próprios países do terceiro mundo) por aquelas oriundas dos povos “modernos” e “civilizados”. Em suma, Mattelart denuncia o modo como a própria idéia de progresso (ou de modernidade,
ou de desenvolvimento) converte-se em ideologia. O difusionismo era popular no início do século XIX. Havia dois centros principais da Teoria Difusionista, uma britânica e uma alemã. A escola Alemã foi conduzida pelo padre Father Wilhelm Schmidt e Fritz Graebner. Acreditavam que traços culturais difundiam-se em círculos para outras regiões e pessoas através de centros culturais variados. Esses círculos culturais eram chamados de 'Kulturkreise'. Na versão britânica do Difusionismo existia apenas um centro cultural(difusão heliocêntrica), do qual todos os traços culturais eram difundidos. O centro cultural era o Egito Antigo. Os principais proponentes dessa teoria foram G. Elliot Smith e William J. Perry, ambos estudaram o Egito Antigo intensivamente, resultando na sua crença que o Egito era o único centro cultural. Ambos grupos afirmavam que povos que não possuíam traços que podiam ser considerados civilizados haviam degenerado e perdido os mesmos. O difusionismo é importante ainda hoje. O conceito de difusão explica como alguns traços culturais são adquiridos ou espalhados. O difusionismo ajuda a explicar a aculturação, mas não é capaz de explicar todos os aspectos culturais como os primeiros difusionistas acreditavam. Existem exemplos de culturas em contato próximo que não partilham muitos traços.