O trecho abaixo apresenta dois pontos de vista distintos acerca das causas e das soluções para
a situação de vida dos capitães da areia.
O padre José Pedro dizia que a culpa era da vida e tudo fazia para remediar a vida
deles, pois sabia que era a única maneira de fazer com que eles tivessem uma existência
limpa. Porém uma tarde em que estava o padre e estava o João de Adão, o doqueiro diss e
que a culpa era da sociedade mal organizada, era dos ricos... Que enquanto tudo não
mudasse, os meninos não poderiam ser homens de bem. E disse que o padre José Pedro
nunca poderia fazer nada por eles porque os ricos não deixariam. O padre José Pedro
naquele dia tinha ficado muito triste, e quando Pirulito o foi consolar, explicando que ele
não ligasse ao que João de Adão dizia, o padre respondeu balançando a cabeça magra.
– Tem vezes que eu chego a pensar que ele tem razão, que isso tudo está errado.
Mas Deus é bom e saberá dar o remédio...
AMADO, Jorge. Capitães da areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 107-108.
Considerando as duas visões presentes no fragmento, Pedro Bala, no final da trama, adota um
ponto de vista que