Discorrendo em linhas concisas, Celso Pedro Luft, nas primeiras páginas de Decifrando a Crase, ensina que se usa o acento grave no "a" em duas circunstâncias apenas:
1ª) para sinalizar a crase, isto é, para indicar que o "a" vale por dois: à = a + a;
2ª) para sinalizar preposição "a" em expressões de circunstância com substantivo feminino singular, indicando que não se deve confundir com o artigo "a" (p.ex. escrever à mão, cortar à faca, etc.)
a) Foi um gol à moda de Ronaldo.
Correto. Marca-se o fenômeno da crase diante da expressão "à moda de", estando expressa ou subentendida. Ex.: Escrevo bem, à Monteiro Lobato (escrevo à moda de Monteiro Lobato);
b) Não vá à festas de pessoas desconhecidas.
Incorreto. O verbo "ir" reclama preposição "a", mas o complemento "festas" não está determinado por artigo "as". Se estivesse, assim seria a redação: "Não vá às festas". Como inexiste determinação, inexiste fenômeno da crase. Correção: "Não vá a festas";
c) Pediremos informações à secretária.
Correto. O verbo "pedir", bitransitivo, rege preposição "a" e requer dois complementos verbais: um objeto direto (informações) e um indireto (à secretaria). Este último está determinado por artigo "a", de modo que é legítima a marcação da crase;
d) Virei à tarde.
Correto. O segmento "à tarde" é locução adverbial cujo núcleo apresenta palavra no feminino, portanto se marca a crase.
Letra B