Em palavras breves, as figuras de linguagem são recursos expressivos utilizados com objetivo de gerar efeitos no discurso. Dentro do extenso grupo em que se arrolam esses recursos, existem quatro subdivisões: figura de palavra, figura de construção, figura de sintaxe e figura de som.
Leiamos o trecho:
“Passavas com o fardo da vida…”
Na passagem acima, consta uma metáfora para se referir a dificuldades. Isso é feito por meio da transferência de um termo para uma esfera de significação que não é sua. Note que "fardo", literalmente, significa objetos de transporte. Metaforicamente, no entanto, tem como sentido algo penoso, difícil.
a) gradação.
Incorreto. É a disposição das ideias em ordem crescente ou decrescente. Ex.:
“Ó não guardes, que a madura idade
te converte essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.” (Gregório de Matos)
b) metáfora.
Correto. Vide detalhamento acima;
c) aliteração.
Incorreto. É a repetição de fonema vocálico (em relação a vogais) ou consonântico (em relação a consoantes) igual ou parecido, para descrever ou sugerir acusticamente o que temos em mente, quer por meio de uma só palavra, quer por unidades mais extensas. Exs.:
“Bramindo o negro mar, de longe brada.” (Luís de Camões)
“Vozes veladas, veludosas vozes [...].” (Cruz e Sousa)
“Boi bem bravo. Bate baixo, bota baba, boi berrando.” (Guimarães Rosa)
d) polissíndeto.
Incorreto. É a repetição de conectivos coordenativos — normalmente se repetirão as conjunções “e”, “ou” e “nem”. Exs.:
“Do claustro, na paciência e no sossego,/Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” (Olavo Bilac)
“Em seguida dei de ombros, convencido de que o Geremário tinha razão e tinha razão a boda, e os filhos do cego tinham razão, e todo mundo tem razão.” (Monteiro Lobato)
“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.” (Rubem Braga)
Letra B