Leia o excerto a seguir:
A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pêlo caíra-lhe
em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas
escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e
a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida. […]
Ela era como uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para
bem dizer não se diferençavam, rebolavam na areia do rio e no estrume
fofo que ia subindo, ameaçava cobrir o chiqueiro das cabras.” […]
Defronte do carro de bois faltou-lhe a perna traseira. E, perdendo
muito sangue, andou como gente, em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo. Quis recuar e esconder-se debaixo do
carro, mas teve medo da roda.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas.
Editora Record, São Paulo: p.85-86)
A obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, enquadra-se ao chamado
Regionalismo Brasileiro dos anos de 1930, por tratar de aspectos relacionados à miséria social e moral dos seres humanos. Tendo isto em
vista, é correto afirmar que a personagem Baleia: