Leia o excerto:
Sentiu o cheiro bom dos preás que desciam do morro, mas o cheiro vinha, fraco e havia nele partículas de outros viventes. Parecia que
o morro se tinha distanciado muito. Arregaçou o focinho, aspirou o ar
lentamente, com vontade de subir a ladeira e perseguir os preás, que pulavam e corriam em liberdade. Começou a arquejar penosamente,
fingindo ladrar. Passou a língua pelos beiços torrados e não experimentou nenhum prazer. O olfato cada vez mais se embotava: certamente os
preás tinham fugido.
[…]
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E
lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro
enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Editora Record, São Paulo: p. 89; 91)
No trecho acima, de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, observa-se que
a cachorra Baleia está prestes a morrer. Neste momento, ela sente o
cheiro de preás e os relaciona a um mundo feliz. Tendo isto em vista,
pode-se entender que os preás: