Philip Meyer (1989, p. 86) acredita que o “jornalista deve pensar de um modo científico: suspendendo o julgamento, examinando dados, construindo modelos alternativos”. E, para isso, ele propõe quatro regras pragmáticas para se alcançar a objetividade no texto jornalístico. A primeira delas é a regra da atribuição, que “requer que o repórter forneça a fonte, seja esta óbvia ou não, de cada fato importante de uma história” (MEYER, 1989, p. 86).
No entanto, o autor reconhece que, se aplicada de forma compulsória, pode levar o repórter a, quando quiser se isentar da responsabilidade pela informação, se tornar refém das fontes e não checar toda informação que receber delas.
Obter o outro lado da história, inclusive, é a segunda regra proposta por Philip Meyer (1989, p. 87). Afinal, “quando alguém faz uma afirmação que não é verificável por observação direta, e para a qual existem outros pontos de vista, espera-se que o repórter inclua esses outros pontos de vista”. Mesmo assim, haverá ainda situações, como pontua o autor, que em alguns casos complicados que envolvam muitos pontos de vista, alguns deles irão inevitavelmente se perder.
Além disso, se qualquer fonte não for localizada ou se recusar a responder, é fundamental que o leitor saiba que foi feita a tentativa.
“Outra regra básica é a de que grupos conflitantes deveriam receber espaço igual dentro do jornal” (MEYER, 1989, p. 88). Trata-se da terceira regra: a do espaço igual. Já a quarta e última regra é a do acesso igual, que dita que todos os interesses da comunidade deveriam ter uma oportunidade igual de ter seus pontos de vista retratados pelo jornal.
E, mesmo assim, o acesso igual é sujeito a variações de valor-notícia, o que pode tornar alguns grupos invisíveis e outros visíveis demais.