TEXTO:
As coisas naturais me cercam
e contam-me — analfabetas —
que são minhas irmãs.
A lua é, agora, um objeto
do meu uso pessoal.
Sinto-me tão natural
que faço sol, chovo, anoiteço.
Minha mão é de prata e água.
As moças do lugar me cumprimentam
sem me conhecer;
com isso, me comovem.
RICARDO, Cassiano. Estação de cura. Melhores poemas: Cassiano Ricardo. Seleção Luiza Franco Moreira. São
Paulo: Global, 2003. p. 116. (Coleção Melhores Poemas)
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