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ID
4125703
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de São Paulo - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão. 


Cor-de-rosa

      O vizinho mandou pintar de cor-de-rosa sua casa, e de azul-claro o beiral e os marcos e folhas das janelas. Esta providência dá margem a algumas divagações, que aqui são transmitidas ao leitor, nosso companheiro.

       O ato do vizinho é muito mais importante do que lhe parece a ele. Afirma um sentimento de confiança na civilização mediterrânea, e o propósito de contribuir para que todos nós, residentes ou transeuntes, recuperemos um pouco da beatitude perdida. 

      Quem pinta hoje sua casa, em vez de negociar-lhe a demolição, cumpre uma cláusula do contrato social, observa a boa lição urbanística e, dentro do rito milenar, satisfaz essa velha tendência do homem a aformosear o quadro de sua existência.

    De uns anos para cá as ruas passaram a ser percorridas por elementos suspeitos, que, avaliando em metros quadrados aéreos os terrenos onde se erguem as habitações humanas, logo procuram seus proprietários e lhes propõem botar aquilo no chão.

   A aquiescência imediata dos interpelados revela estranha propensão ao suicídio, praticado através da destruição de algo fundamental, como é a casa em que vivemos.

    Tendo destruído essa parte do ser, as pessoas transportam os remanescentes para os ossuários erguidos apressadamente no mesmo local, e que se arrumam pelo princípio da superposição de urnas. Aí aguardarão, talvez, até a consumação dos séculos, o dia da ressurreição das casas.

    Mas o vizinho reagiu contra essa psicose grupal, e dali sorriem pintadas de rosa as paredes de sua casa.

(Carlos Drummond de Andrade, Fala, amendoeira. Adaptado)


O penúltimo parágrafo é uma referência figurada à

Alternativas
Comentários
  • GABARITO E

    De uns anos para cá as ruas passaram a ser percorridas por elementos suspeitos, que, avaliando em metros quadrados aéreos os terrenos onde se erguem as habitações humanas, logo procuram seus proprietários e lhes propõem botar aquilo no chão.

    Ato de comprar casas, destruí-las e nascerem aí os prédios.

  • Este é o penúltimo parágrafo:

    * Tendo destruído essa parte do ser, as pessoas transportam os remanescentes para os ossuários erguidos apressadamente no mesmo local, e que se arrumam pelo princípio da superposição de urnas. Aí aguardarão, talvez, até a consumação dos séculos, o dia da ressurreição das casas.

  • texto tosco

  • Odeio esses textos que exigem que vc fique tentando deduzir qual era a brisa do autor!

  • Não tem nada explícito no texto! Odeio esses tipos de textos que foram criados sem sentido nenhum.

  • Ridículo.

  • Tendo destruído essa parte do ser, as pessoas transportam os remanescentes para os ossuários erguidos apressadamente no mesmo local, e que se arrumam pelo princípio da superposição de urnas. Aí aguardarão, talvez, até a consumação dos séculos, o dia da ressurreição das casas.

    TRADUZINDO:

    demolindo as casas, as pessoas se mudam para os apartamentos construídos no local, ali elas viverão até que as casas voltem à moda algum dia.

    O penúltimo parágrafo é uma referência figurada à:

    Resposta E - substituição das casas por edificações verticais.

  • Completamente sem sentido. Fez muito mais referência a cemitério do que a edificio.

  • GAB. E

    substituição das casas por edificações verticais.

  • Errei, mas entendi. Ele compara as pessoas que se mudam de casas para apartamentos aos ossos dos mortos que são guardados em cemitérios verticais.

  • Discordo, ossuários é onde se guardam ossos, superposição de urnas, não quer dizer apartamentos..