O que conheço nos conceitos psicanalíticos, inclusive proposto pelo escritor Dunker, é o conceito do "Mínimo Eu", que remete-se a personalidade narcisística. Assim sendo, não podemos dizer que esta estrutura da personalidade é construída excepcionalmente pela frustração em função das idiossincrasias e do confronto com a realidade imposta pela cultura.
Se alguém conhecer algum outro conceito ou se eu estiver equivocada, desculpem-me, mas na psicanálise nunca vi outra definição.
A questão refere-se ao conceito de mínimo eu (ou eu mínimo, como trouxe o enunciado)de Christopher Lasch. Segundo o autor, em uma época carregada de problemas, a vida cotidiana passa a ser um exercício de sobrevivência. Vive-se um dia de cada vez. Raramente se olha para trás, por medo de sucumbir a uma debilitante nostalgia; e quando se olha para a frente, é para ver como se garantir contra os desastres que todos aguardam. Em tais condições, a individualidade transforma-se numa espécie de bem de luxo, fora de lugar em uma era de iminente austeridade. A individualidade supõe uma história pessoal, amigos, família, um sentido de situação. Sob assédio, o eu se contrai num núcleo defensivo, em guarda diante da adversidade. O equilíbrio emocional exige um eu mínimo, não o eu soberano do passado.
O erro da afirmativa está no termo "excepcionalmente", pois não há excepcionalidade. O autor é categórico ao afirmar que o eu mínimo se constrói em função das idiossincrasias da vida.
LASCH Christopher. O mínimo eu: sobrevivência psíquica em tempos difíceis. São Paulo: Ed. Brasiliense,
1986.
Gabarito do Professor: ERRADO .