ID 4150507 Banca CÁSPER LÍBERO Órgão CÁSPER LÍBERO Ano 2013 Provas CÁSPER LÍBERO - 2013 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular Disciplina Literatura Assuntos Escolas Literárias Modernismo: Tendências contemporâneas Sobre O fio das missangas, de Mia Couto, é correto afirmar: Alternativas Predomina um tom épico que dá conta da relação entre o indivíduo, a família, o grupo e a terra como uma inspiração vizinha da lenda popular (da criação do mundo), configurando a votação do(s) herói(s) ao sacrifício e uma espécie de redenção final operada pela ação dos tempos na terra, isto é, pela ação do trabalho presente sobre o futuro. São histórias colhidas no turbilhão de um cotidiano extremamente complexo, não raras vezes violento – física ou psicologicamente; histórias que vão sendo adensadas e condensadas pela leveza da linguagem de uma prosa poética, marca estilística do seu autor; histórias “arredondadas” (diferentes no tom, mas não tão diferentes na forma) que, juntas, dão conta de silêncios e recompõem silêncios – de mulheres, de homens e de toda sorte daqueles à margem (o mendigo, a criança, o velho, o poeta). Trata-se de um livro polifônico que, ao mergulhar no universo simbólico da figura dos desterrados ou marginalizados em sua própria terra, firma-se como um feixe de histórias cuja relação esquizofrênica entre sujeito e espaço se dá na linha principal da viagem empreendida rumo a uma “Moçambique profunda”. No contexto do qual emergem as histórias, nota-se a tentativa muito bem-sucedida do narrador de amenizar o conflito entre os laivos da tradição moçambicana e o vento avassalador do modus vivendi ocidental, que por anos transformou o território africano em uma espécie de tabuleiro de xadrez. As histórias tratam dos problemas sociais de Moçambique sob a metáfora de um colar de missangas que une todos os personagens. Os narradores, por sua vez, exploram a relação sujeito-espaço e logo a coletânea figura como um retrato realista do espaço físico de um país caleidoscópico, uma espacialidade eufórica, que reitera o frenesi da recente libertação conquistada com o fim do colonialismo português. Responder