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ID
4165591
Banca
FCC
Órgão
FCRIA-AP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    1. A crônica no Brasil teve alguns autores de grande qualidade literária que também chegaram ao sucesso popular. João do Rio, Rubem Braga e Nelso Rodrigues logo vêm à mente. Depois deles, o grande cronista famoso do país é, claro, Luis Fernando Verissimo. Ele tem grande percepção para o comportamento social e suas mudanças e semelhanças no passar do tempo, revelando mais sobre a atual classe média brasileira em seus textos do que todos os ficcionistas vivos do país, somados. Seu intimismo não é nostálgico, é reflexivo; ele não precisa rir para que se perceba que está contando uma piada; e jamais deixa de dar sua opinião. Sobre suas influências, métodos e assuntos, ele fala na entrevista a seguir.

    2. Ivan Lessa diz que a crônica no Brasil tem uma tradição rica porque “somos bons no pinguepongue”. Você concorda? E por que somos bons no pinguepongue? Lessa diz que é porque “gostamos de falar de nós mesmos, contar a vida (íntima) para os outros... – Acho que a crônica pegou no Brasil pelo acidente de aparecerem bons cronistas, como o Rubem Braga, que conquistaram o público. Não existem tantos cronistas porque existia uma misteriosa predisposição no público pela crônica, acho que foram os bons cronistas que criaram o mercado.

    3. Você, na verdade, talvez seja o menos “confessional” dos cronistas brasileiros. Difícil vê-lo relatar que foi a tal lugar, com tal pessoa, num dia chuvoso etc. e tal. Por quê? – De certa maneira, o cronista é sempre seu assunto. A crônica não é lugar para objetividade, todos escrevem de acordo com seus preconceitos. Ser mais pessoal, mais coloquial, depende do estilo de cada um. Mas a gente está se confessando sempre.

    4. Há uma mescla de artigo e crônica nos seus textos, como se você estivesse interessado nas ideias, na reflexão sobre o comportamento humano, e ao mesmo tempo desconfiasse profundamente de generalizações e filosofices. Você é um pensador que “croniqueia” ou um cronista que filosofa? – Prefiro pensar que sou um cronista que às vezes tem teses, mas nunca vai buscá-las muito fundo. O negócio é pensar sobre as coisas, e tentar pensar bem, mas nunca esquecer que nada vai ficar gravado em pedra, ou fazer muita diferença.

    5. Você diz que o século XX foi o das “boas intenções derrotadas”. Também foi o século de Frank Sinatra, de Pelé... E o século das listas de melhores do século. Você faria uma lista das dez boas intenções vencedoras? – Este foi o século em que as melhores ideias foram derrotadas. Eu só livraria a escada rolante e o controle remoto.

(Adaptado de: PIZA, Daniel. Entrevista com Luís Fernando Verissimo. São Paulo: Contexto, São Paulo, 2004, ed. digital.) 

A propósito do texto, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • marquei a letra D por causa desta parte no texto:" A crônica não é lugar para objetividade, todos escrevem de acordo com seus preconceitos. Ser mais pessoal, mais coloquial, depende do estilo de cada um. Mas a gente está se confessando sempre." Aff!

    Gabarito correto: B

  • O entrevistador utiliza a fala de Lessa para dizer que o cronista escreve muito sobre sua própria vida, mas, logo em seguida, na outra pergunta, ele diz que Veríssimo, ao contrário do argumento de Lessa, não fala muito sobre sua própria vida nas crônicas.

    Para fechar, Veríssimo diz que fala sim, mas de forma mais sútil, porque, no fim das contas, escrever uma crônica é sempre falar sobre si, mesmo que isso não fique tão explícito.

    Quando o entrevistador usa o "na verdade" ele está usando a expressão para marcar essa contraposição entre o que Lessa disse e o que ele (o entrevistador) supõe sobre as crônicas de Veríssimo (e ele supõe que Veríssimo não fala muito de si nas crônicas).

  • Questão para matar um...

  • Lessa diz que é porque “gostamos de falar de nós mesmos, contar a vida (íntima) para os outros... (opinião de Lessa no 2º parágrafo).

    Você, na verdade, talvez seja o menos “confessional” dos cronistas brasileiros. Difícil vê-lo relatar que foi a tal lugar, com tal pessoa, num dia chuvoso etc. e tal. (contraponto do entrevistador entre Luis Fernando Verissimo e a opinião de Ivan Lessa).

  • Demorei uns 7 minutos só para entender as alternativas kkkkk mas deu bom. Questãozinha pra fazer você gastar seu tempo que não tem.

    Gabarito Letra B

  •  A despeito de é sinônimo de: apesar de, ainda que, independentemente de, embora.

  • Fiquei entre a B e D, e marquei a D.. mesmo sabendo que a resposta é a B, nao consigo encontrar o que esta errado na letra D

    =(