Gab: B
[...] Mais ainda, tratava-se da necessidade prévia de desarticulação dos instrumentos de defesa das classes populares para impor a radicalização do modelo de acumulação, necessário a afirmação do novo patamar em que se situava internamente o aprofundamento do capitalismo e sua inserção na divisão internacional do trabalho. O conjunto dessas novas necessidades tem como suporte um poder de Estado que assume tanto funções repressivas no plano social, como modernizadoras no plano administrativo. Ganha relevo a política de apoio e subsídio ao grande capital (estatal, multinacional e privado nacional), ao mesmo tempo em que, progressivamente, tornam-se dominantes, dentro do aparelho de Estado, os representantes da aliança entre as forças armadas e a tecnoburocracia, expressando os interesses daqueles setores do capital (....). Em substituição à ideologia “nacionaldesenvolvimentista” impõe-se uma perspectiva “pragmático-tecnocrática”, que, a partir de critérios de “racionalidade crescente”, justifica um processo de superconcentração do poder estatal e de acentuada burocratização.
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2009, p. 362)